Sobre a língua e seus limites

Autores

  • Adrian Pablé

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2022.e84046

Resumo

Considero três posições sobre os limites da linguagem: duas abordagens “segregacionistas” (mutuamente incompatíveis), que contrastarei com a abordagem “integracionista” defendida por Roy Harris. Defendo que uma interpretação integracionista dos limites da linguagem não pode ser dissociada do conceito harrisiano de “indeterminação radical”. Esta noção é altamente controversa dentro da ortodoxia linguística, uma vez que veicula a ideia de que “línguas” enquanto objetos descritíveis são teoricamente redundantes. Em outras palavras, a comunicação humana, para um ponto de vista integracionista, não envolve “línguas”. No entanto, é a própria noção de “uma língua” que torna possível para linguistas e filósofos discutir os limites da linguagem em primeiro lugar. Minha posição, por sua vez, é que a noção de inglês (alemão etc.) como tendo limites se origina em análises descontextualizadas, tanto no nível leigo quanto profissional, da investigação linguística. Assim, apoio a tese de que os limites da linguagem não podem ser contemplados independentemente da infraestrutura comunicativa humana e que esses limites são coextensivos à experiência linguística pessoal.

Biografia do Autor

Adrian Pablé

Associate Professor of English at the University of Hong Kong and Professor Extraordinarius at the University of South Africa (Pretoria). He is the Secretary of the International Association for the Integrational Study of Language and Communication (IAISLC) and series editor of the Routledge Advances in Communication and Linguistic Theory, previously edited by Oxford Professor Roy Harris

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Publicado

2022-02-15