Rotacismo em Alagoas: uma análise variacionista

Autores

  • Almir Almeida Oliveira Universidade Estadual de Alagoas
  • Maria Aparecida dos Santos Valentim Universidade Estadual de Alagoas
  • Maria de Fátima Rocha Santos Universidade Estadual de Alagoas

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2022.e84569

Resumo

Investiga-se neste trabalho, o fenômeno do rotacismo em Alagoas, à luz dos pressupostos teórico-metodológicos da sociolinguística variacionista (LABOV, 2008; WIENREICH; LABOV; HERZOG, 2006). Objetiva-se analisar o processo do rotacismo no estado de Alagoas e as pressões sociais e linguísticas envolvidas neste processo. Analisam-se 623 ocorrências suscetíveis de rotacismo em entrevistas de 120 falantes de 5 cidades alagoanas. Nota-se que a variável escolaridade influencia a realização do rotacismo, no sentido de que quanto menos escolarizado for o falante, mais ele favorece a realização do rotacismo, revelando uma possível valoração social negativa por parte da escola. Para as variáveis linguísticas, destaca-se o contexto anterior e o contexto seguinte, que mostrou respectivamente, que a realização do rotacismo é favorecida se a consoante precedida de /l/ for labial e se a vogal seguida de /l/ for a vogal baixa.

Biografia do Autor

Almir Almeida Oliveira, Universidade Estadual de Alagoas

Possui Mestrado (2012) e Doutorado (2017) em Letras e Linguística pela Universidade Federal de Alagoas; Especialização em Programação do Ensino de Língua Portuguesa pela Universidade Estadual de Pernambuco (2007) e graduação em Letras pela mesma instituição (2005). Desenvolveu Estágio de Pós-doutoramento pesquisa sobre os usos linguísticos de /t/ e /d/ em Alagoas (2019) e é Professor Adjunto da Universidade Estadual de Alagoas, onde além de atuar na gestão como coordenador do curso de Letras, lidera o Grupo de Estudo da variação linguística de Alagoas - GEVAL-AL.

Maria Aparecida dos Santos Valentim, Universidade Estadual de Alagoas

Aluna do curso de Letras - Português e suas Respectivas Literaturas pela Universidade estadual de Alagoas, Campus III, Palmeira dos Índios - Alagoas. É bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa - Pibic/Fapeal e membro do Grupo de Variação Linguística de Alagoas (GEVAL-AL). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: Sociolinguística variacionista, variação linguística e o fenômeno do rotacismo.

Maria de Fátima Rocha Santos, Universidade Estadual de Alagoas

Aluna do curso de Letras - Português e suas Respectivas Literaturas da Universidade Estadual de Alagoas, Campus III, Palmeira dos Índios - Alagoas. Foi aluna bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID). É bolsista do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Pesquisa - Pibic/Fapeal e membro do Grupo de Variação Linguística de Alagoas (GEVAL-AL). Tem experiência na área de Linguística, com ênfase em Sociolinguística, atuando principalmente nos seguintes temas: sociolinguística variacionista, variação linguística e despalatalização da lateral palatal.

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Publicado

2023-01-30

Edição

Seção

Artigo