Quando rationale clauses correspondem a uma construção teleológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2022.e85499

Resumo

Este artigo investiga as propriedades relacionadas ao participante sobre o qual recai a orientação modal e ao predicado sob seu escopo em rationale clauses: “para p, tem que/deve/pode q”. Nossa análise segue uma perspectiva sintático-semântica formal, adotando a proposta de Hacquard (2006, 2010). Investigamos os sujeitos e predicados das sentenças modal e infinitiva que integram uma rationale clause objetivando depreender quais traços sintáticos e/ou semânticos licenciam ou restringem a leitura teleológica (de necessidade/possibilidade) ao modal. Em relação ao sujeito da sentença modal, constatamos que este precisa ter a mesma referência do sujeito da sentença infinitiva e deve exibir o traço [+animado], mas não, necessariamente, o [+agentivo]. Quanto ao predicado sob o escopo do modal, verificamos que a leitura teleológica é disponibilizada ao modal mesmo que tal predicado seja marcado com o traço [-controle], desde que seja passível de mudança.

Biografia do Autor

Núbia Ferreira Rech, Universidade Federal de Santa Catarina

<

Referências

BASSO, R.; ILARI, R. Estativos e suas características. Revista brasileira de linguística aplicada, v. 4, n. 1, p. 15-26, 2004.

BERTINETTO, P. M. Il Sintagma Verbale. In: RENZI, L.; SALVI, G. (ed.). Grande grammatica italiana di consultazione. Bologna: Il Mulino, 1991. p.13-161.

BRESNAN, J.; KANERVA, J. Locative inversion in Chichewa: a case study of factorization in Grammar. Linguistic Inquiry, n. 20, p. 1-5, 1989.

CINQUE, G. Adverbs and Functional Heads: a cross-linguistic perspective. New York: Editora Oxford University Press, 1999.

CINQUE, G. Restructuring and functional heads: the cartography of syntactic structures. Oxford University Press on Demand, v. 4, 81-98, 2006.

CODINHOTO, N. G.; RECH, N. F. Considerações sobre o modal teleológico. Scripta, v. 24, n. 51, p. 47-70, 23 set. 2020.

HACQUARD, V. Aspects of modality, 2006. Tese de Doutorado, Massaschusetts Institute of Technology, Cambridge, 2006.

HACQUARD, V. On the Event Relativity of Modal Auxiliaries. Natural Language Semantics, v. 18, n.1, p. 79-114, 2010.

HACQUARD, V. Modals: Meaning categories?. University of Maryland, 2016. Blaszczak, Chapter 2. Disponível em: https://valentinehacquard.org/papers/Hacquard_mmc_preprint.pdf. Acesso em: 19 maio 2022.

KRATZER, A. The notional category of modality. In: EIKMEYER, H-J.; RIESER, H. (org.). Word, worlds, and contexts: new approaches to word semantics. Berlin: W. de Gruyter, 1981. p. 38-74.

KRATZER, A. Modals and Conditionals. NewYork: Oxford University Press, 2012.

NISSENBAUM, J. Kissing Pedro Martinez: (existential) anankastic conditionals and rationale clauses. In: Semantics and Linguistic Theory, 2005. p. 134-151.

PARSONS, T. Events in the semantics of English: A study in subatomic semantics. Cambridge: MIT Press, 1990.

RECH, N. F.; VARASCHIN, G. Predicados inacusativos e a modalidade deôntica. Revista Letras, Curitiba, n. 96, p. 219-238, 2017.

RECH, N. F.; VARASCHIN, G. Predicados estativos e os tipos de deôntico: ought-to-do e ought-to-be. Cadernos de Estudos Linguísticos, Campinas, v. 60, n. 1, p. 159-177, 2018.

ROTHSTEIN, S. Structuring Events: a study in the semantics of lexical aspect. Oxford: Blackwell Publishing, 2004.

SÆBØ, K. J. Anankastic conditionals: if you want to go to Harlem. University of Oslo, Chapter 61, 2020. Disponível em: https://www.hf.uio.no/ilos/english/people/aca/kjelljs/chapter61.pdf. Acesso em: 15 dez. 2021.

SÆBØ, K. J. Necessary Conditions in a Natural Language. In:Caroline F´ery & Wolfgang Sternefeld (Editors) Audiatur Vox Sapientiae: A Festchrift for Arnim von Stechow. Berlin: Akademie Verlag, 2011. p.427-449.

VON FINTEL, K; IATRIDOU, S. What to Do If You Want to Go to Harlem: Notes on Anankastic Conditionals and Related Matters, 2005. Disponível em: http://web.mit.edu/fintel/www/harlem.pdf. Acesso em: 15 dez. 2021.

Downloads

Publicado

2022-11-23

Edição

Seção

Artigo