A criança em processo de alfabetização: quando a criança teoriza a vida vivida pela linguagem
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2023.e86766Palavras-chave:
Alfabetização, Criança, Escrita, Gênero do discurso, Círculo de BakhtinResumo
Neste trabalho pontuamos implicações do mundo da vida (atos cotidianos) e da cultura (práticas sociais) pela perspectiva da criança na altura de experiências discursivas, ao abraçar instâncias formais de ensino. A abordagem dialógica da linguagem de que trata Bakhtin e seu Círculo são referências para as reflexões aqui movimentadas, abrindo vias à escuta da voz da criança, no que esta tem a dizer – e diz. O paradigma indiciário de Ginzburg foi base à busca de possíveis vestígios à produção de sentidos. Analisa-se, particularmente, a vivência de Lucca quando desafiado à escrita de poema, conhecimento mobilizado na esfera escolar e fora dela. Ao ver-se diante de embate de vozes (sua professora, sua mãe-pesquisadora, autores de livros (escrita), narrativas orais), o alfabetizando se posiciona discursivamente diante do outro e pela memória da vida vivida no grande tempo, teoriza sobre o gênero em aprendizagem, seguindo e revertendo regras pelo critério da sua compreensão criadora da relação dialógica e pela fantasia, humaniza o ato de conviver.
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