Denominações para o item lexical “diabo” em capitais do Brasil: um estudo geolinguístico com dados do projeto Atlas Linguístico do Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2023.e86852

Palavras-chave:

Léxico, Religião e crenças, Atlas linguístico do Brasil

Resumo

O artigo faz uma análise das denominações para o item lexical diabo no Norte e no Nordeste do Brasil. Para isso, utilizaram-se inquéritos do Projeto Atlas Linguístico do Brasil, realizados com 120 informantes, distribuídos equitativamente por ambos os sexos, em duas faixas etárias e dois níveis de escolaridade, selecionados de acordo com os critérios da Dialetologia Contemporânea. Foram registrados 332 itens lexicais, concretizados através de trinta e uma variantes: anjo mau, anticristo, besta, besta-fera, belzebu, bicho feio, bicho ruim, cão, capeta, capiroto, chifrudo, coisa ruim, cramunhão, criatura, cruz-credo, demo, demônio, desgraça, diabo, encardido, enxofre, inimigo, lúcifer, nefisto, príncipe dos céus, sapirico, satã, satanás, sujo, tinhoso, troço. O estudo serviu para demonstrar a diversidade linguística e cultural do léxico religioso do português falado no Norte e no Nordeste do Brasil, sendo de extrema importância para o conhecimento da multidimensionalidade que a língua portuguesa assume nos diversos espaços físicos e socioculturais.

Biografia do Autor

Geisa Borges Costa, Universidade Federal da Bahia

Doutora em Língua e Cultura e Mestra em Letras e Linguística pela Universidade Federal da Bahia. Especialista em Psicopedagogia Institucional pela Universidade Cândido Mendes. Possui graduação em Letras Vernáculas pela Universidade do Estado da Bahia. Tem experiência na área de Língua Portuguesa, Linguística e Educação, desenvolvendo estudos sobre diversidade linguística e ensino de língua portuguesa. Atuou na Universidade do Estado da Bahia, onde coordenou projetos de extensão e de pesquisa e no Centro de Formação de Professores da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, onde ministrou aulas em componentes curriculares da área de linguística, língua portuguesa e ensino de língua portuguesa nos cursos de Letras e Pedagogia e coordenou o subprojeto de Língua Portuguesa no Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência - PIBID. Atualmente, é professora adjunta III de Língua Portuguesa da Universidade Federal da Bahia, onde ministra a disciplina Língua Portuguesa, poder e diversidade cultural e coordena o projeto de pesquisa O léxico da religião e das crenças no Atlas Linguístico do Brasil. É pesquisadora do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB) e do Grupo de Estudos do Português Popular da Bahia. É membro da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN) e interessa-se principalmente pelos temas ligados à dialetologia, sociolinguística e ensino de língua portuguesa.

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Publicado

2024-03-06

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Artigo