A construção discursiva do sujeito mulher-policial em perfis do Instagram
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e93342Palavras-chave:
Sujeito mulher-policia, Discurso machista e militarista, Memória discursiva e formações imaginárias, Rede social InstagramResumo
Neste estudo, objetivamos analisar como o sujeito mulher-policial se constitui e é constituído discursivamente na rede social Instagram. Para tanto, amparamo-nos na Análise de Discurso (AD) de perspectiva pecheuxtiana, além dos aportes teóricos acerca do discurso digital. O corpus discursivo consiste em um recorte de quatro sequências discursivas (SDs), coletadas a partir de publicações que abordam a temática da mulher-policial na rede social Instagram, bem como de alguns comentários das respectivas postagens. As análises mostraram que a construção do sujeito discursivo mulher-policial sofre determinações históricas e ideológicas das formações discursivas (FDs) machista e militarista, além de outros atravessamentos discursivos. Nessa trama discursiva, as formações imaginárias do sujeito mulher e do seu lugar social, como também o imaginário da instituição polícia e do sujeito policial, tornam-se também determinantes para a movimentação dos sentidos e o funcionamento das diversas posições-sujeito no discurso na/em rede.
Referências
BATISTA, G. A.; CORTES, G. R. O. Do estável ao equívoco: o lugar da mulher no discurso dos memes. In: SEMINÁRIO DE PESQUISA E ESTUDOS LINGUÍSTICOS, 9, 2011, Vitória da Conquista. Anais [...]. 2011. p. 443-448.
BAYLEY, D. Padrões de policiamento: uma análise internacional comparativa. São
Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2006.
CASTRO, M. R.; FRANCO, R. A. Relações de gênero e poder: o caso da Polícia Militar Feminina de Minas Gerais. In: ENCONTRO DE ENSINO E PESQUISA EM ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE, 3., 2011, João Pessoa, Anais [...]. p. 1-17. Disponível em: https://www.academia.edu/12333317/Rela%C3%A7%C3%B5es_de_g%C3%AAnero_e_poder_o_caso_da_Pol%C3%ADcia_Militar_Feminina_de_Minas_Gerais. Acesso em: 10 jan. 2023.
CAZARIN, A. E. A heterogeneidade discursiva de uma posição-sujeito. In: SEMINÁRIO DE ESTUDOS EM ANÁLISE DO DISCURSO, ed. 2ª., 2005, Porto Alegre. Anais [...]. p. 1-10. Disponível em: https://pt.scribd.com/document/57247072/A-Heterogeneidade-Discursiva . Acesso em: 20 ago. 2022.
CORTES, G. R. O. Do lugar discursivo ao efeito-leitor: a movimentação do sujeito no discurso em blogs de divulgação científica. 2015. 267f. Tese (Doutorado em Linguística) – Programa de Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2015. Disponível em: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/13933. Acesso em: 18 jul. 2021.
CORTES, G. R. O. Memória em/na rede: o discurso escravocrata em imagens digitais de babás negras no Brasil. Revista RECORTE, Três Corações, v. 14, n. 1, p. 1-19, jan./jun. 2017. Disponível em: http://periodicos.unincor.br/index.php/recorte/article/view/4035/2967.
Acesso em: 22 abr. 2022.
COSTA, G. C. da. Sentidos de milícia: entre a lei o crime. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.
DAVALLON, J. A imagem, uma arte da memória? In: ACHARD, P. et al. (org.). Papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. 5. ed. Campinas: Pontes Editores, 2020. p. 23-35.
DCO3 - SEÇÃO DE MEMÓRIA E PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL DA PMMG. Mulher Policial Militar. Polícia Militar de Minas Gerais, Belo Horizonte. Disponível em: https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/externo/conteudo.action?conteudo=9287&tipoConteudo=subP. Acesso em: 10 jul. 2021.
DIAS, C. A análise do discurso digital: um campo de questões. REDISCO, Vitória da Conquista, v. 10, n. 2, p. 8-20, 2016. Disponível em: https://periodicos2.uesb.br/index.php/redisco/article/view/2515. Acesso em: 10 maio 2021.
DIAS, C. Análise do discurso digital: sujeito, espaço, memória e arquivo.
Campinas: Pontes Editores, 2018.
DIAS, C. Da corpografia: ensaio sobre a língua/escrita na materialidade digital. Santa Maria: UFSM/PPGL, 2008.
FUTURO POLICIAL APROVADO. Mulher não pode ser policial. 14 jan. 2021. Instagram: futuropolicialaprovado. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CJ_Uot-Hth3/. Acesso em: 28 maio 2021.
GRIGOLETTO, E. O discurso de divulgação científica: um espaço
discursivo intervalar. 269f. 2005. Tese (Doutorado em Teorias do Texto e do Discurso) – Pós-Graduação em Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2005. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/handle/10183/5322. Acesso em: 15 jun. 2021.
GRIGOLETTO, E.; GALLO, S. L. Sujeito e memória em textualidades digitais. In: INDURSKY, F.; MITTMANN, S.; FERREIRA, M. C.
L. (org.). Análise do discurso: dos fundamentos aos desdobramentos (30 anos de Michel Pêcheux). Campinas: Mercado de Letras, 2015. p. 307-317.
HENRIQUE, G. Quem foi Maria Quitéria, mulher que se vestiu de homem para lutar na Independência do Brasil. BBC News Brasil, São Paulo, 22 jan. 2022. Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59953275. Acesso em: 18 out. 2023.
HENRY, P. Os fundamentos teóricos da “Análise Automática do Discurso” de
Michel Pêcheux. In: GADET, F.; HAK, T. (org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. 5. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014. p. 11-38.
INDURSKY, F. A memória na cena do discurso. In: INDURSKY, F.; MITTMANN, S.; FERREIRA, M. C. L. (org.). Memória e história na/da análise do discurso. Campinas: Mercado de Letras, 2011. p. 67-89.
INSTAGRAM. In: WIKIPEDIA: a enciclopédia livre. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Instagram. Acesso em: 28 jan. 2022.
MITTMANN, S. Discurso e texto: na pista de uma metodologia de análise. In: FERREIRA, M. C. L; INDURSKY, F. (org.). Análise do discurso no Brasil: mapeando conceitos, confrontando limites. São Carlos: Claraluz, 2007. p. 153-162.
MITTMANN, S.; CORTES, G. R. O. Mulheres de barro, de memórias, de saberes e de saberes. In: FLORES, G. B. et al. (org.). Análise de Discurso em Rede: cultura e mídia. Campinas: Pontes Editores, 2021. p. 291-306.
MULHERES representam apenas 12% do efetivo da Polícia Militar no Brasil. Folha de Pernambuco, Pernambuco, 28 ago. 2020. Pesquisa. Disponível em: https://www.folhape.com.br/noticias/mulheres-representam-apenas-12-do-efetivo-da-policia-militar-no/152724/. Acesso em: 10 jul. 2021.
ORLANDI, E. P. Análise de Discurso: Princípios e Procedimentos. 13. ed. Campinas: Pontes Editores, 2020.
ORLANDI, E. P. Segmentar ou recortar? Linguística: Questões e Controvérsias. Uberaba: Fiube, 1984. p. 9-26. (Série Estudos, n. 10).
ORLANDI, E. P. Discurso em Análise: sujeito, sentido, ideologia. 3. ed. Campinas: Pontes Editores, 2017.
ORLANDI, E. P. Destruição e construção do sentido: um estudo da ironia. Web Revista Discursividade, Campo Grande, n. 9, jan./maio, p. 1-42, 2012.
PÊCHEUX, M. A especificidade de uma disciplina de interpretação (a Análise de Discurso na França). Tradução de Eni Puccinelli Orlandi et al. In: ORLANDI, E. P. Análise de discurso: Michel Pêcheux. Textos selecionados: Eni Puccineli Orlandi. 4. ed. Campinas: Pontes, 2015. p. 227-230.
PÊCHEUX, M. Papel da memória. In: ACHARD, P. et al. (org.). Papel da memória. Tradução de José Horta Nunes. 5. ed. Campinas: Pontes Editores, 2020. p. 45-53.
PÊCHEUX, M. Análise automática do discurso (AAD69). In: GADET, F.; HAK, T.
(org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel
Pêcheux. 5. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014a. p. 59-106.
PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Tradução de Eni Pulcinelli Orlandi, Lorenço Chacon J. filho, Manoel Luiz Gonçalves Corrêa e Silvana M. Serrani. 5. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 2014b.
PÊCHEUX, M. Ler o arquivo hoje. In: ORLANDI, E. (org.) Gestos de leitura. Campinas: Editora da Unicamp, 2014c. p. 57-67.
PERROT, M. Minha história das mulheres. São Paulo: Contexto, 2019.
SADEK, M. T. Delegada: Doutora e Policial. In: SADEK, M. T. (org.). Delegados de Polícia. São Paulo: Editora Sumaré, 2003.
SANTOS, R. A. O funcionamento discursivo do enunciado “Intervenção Militar Já” nas mídias digitais: memória, metáfora e efeitos-sentido. 2020. 106f. Dissertação (Mestrado em Linguística) – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Vitória da Conquista, 2020. Disponível em: https://repositorio.cepelin.org/index.php/repositorioppglintesesdissertaco/article/download/205/185. Acesso em: 13 set. 2022.
SARGENTINI, V. M. O. Análise do discurso político: semiologia e história. In: CONGRESO INTERNACIONAL DE LA ALFAL, 16., Alcalá de Henares. Anais [...]. p. 1687-1696.
SEGURANÇA: PM feminina completa 51 anos nesta sexta, com vários eventos. São Paulo Governo do Estado, São Paulo, 12 maio 2006. Últimas notícias. Disponível em: https://www.saopaulo.sp.gov.br/ultimas-noticias/seguranca-pm-feminina-completa-51-anos-nesta-sexta-com-varios-eventos/. Acesso em: 19 ago. 2021.
SOARES, B. M.; MUSUMECI, L. Mulheres policiais: presença feminina na Polícia Militar do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
WOMAN POLICIAL. “Bailarina”. Instagram: womanpolicial. 12 mar. 2021. Disponível em: https://www.instagram.com/p/CMTlphOLUGD/. Acesso em: 28 maio 2021.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os trabalhos publicados passam a ser de direito da Revista Fórum Linguístico, ficando sua reimpressão, total ou parcial, sujeita à autorização expressa da Comissão Editorial da revista. Deve ser consignada a fonte de publicação original.
Esta publicação está regida por uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.