“A xícara tinha que ser marcado”: o posicionamento discursivo em uma narrativa de uma mulher com Doença de Alzheimer
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e98549Palavras-chave:
Doença de Alzheimer, Narrativas, interação, MulheresResumo
A Doença de Alzheimer (doravante DA) é uma patologia neurodegenerativa cujos prognósticos alarmantes, somados à não identificação de uma cura, têm ganhado destaque, especialmente no cenário atual de envelhecimento da população (MC MADE; BATEMAN, 2017). Estudos em diferentes áreas são conduzidos para investigar a patologia. Entretanto, por vezes, acabam construindo um estereótipo limitante das pessoas acometidas por enfatizarem os déficits causados pela doença (SOUZA; MONTEIRO; GONÇALVES, 2022). No intuito de compreender a produção linguística no contexto da Doença de Alzheimer, este artigo analisa o posicionamento discursivo em uma narrativa de uma mulher que vive em uma casa de assistência ao idoso. A partir da entrevista narrativa, considerada eventos discursivos em que o sentido é coconstruído entre os interlocutores (MISHLER, 1986), o presente trabalho fundamenta-se no quadro teórico-analítico das dimensões da narrativa de Ochs e Capps (2001) e dos níveis de posicionamento de Bamberg (1997). Os resultados evidenciam que, apesar das dificuldades causadas pela DA, a participante consegue se posicionar diante de discursos recorrentes na sociedade brasileira a respeito do trabalho na profissão de empregada doméstica.
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