Multirreferencialidade: decolonizando a educação por meio da cultura e translinguagem

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2024.e98987

Palavras-chave:

Análise Cognitiva (AnCo), Espaço Multirreferencial de Aprendizagem, Decolonização, Translinguagem, Cultura

Resumo

Este artigo aborda a translinguagem nos espaços multirreferenciais de aprendizagem (EMA), buscando compreendê-la como uma estratégia de afirmação desses espaços e de decolonização da educação por meio da valorização da cultura local. A sociedade tem sido dominada por narrativas presentes na política e nas práticas de aprendizagem de caráter ortodoxo e epistêmico. Nesse contexto, as dinâmicas desses espaços multirreferenciais permitem decolonizar a educação ao promover diálogos inovadores nos diversos ambientes de formação. O texto justifica-se pela necessidade de reconhecimento das comunidades em condições de vulnerabilidade socioeconômica, destacando seus saberes e práticas que contribuem para a modelagem, construção e difusão do conhecimento. Assim, o olhar do analista cognitivo para esses espaços fortalece e fundamenta conceitos relacionados à análise cognitiva, polilógica e multirreferencialidade.

Biografia do Autor

Maria Paula Ávila

Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Difusão do Conhecimento (PPGDC). Graduada em Direito (UCSal) e Mestra em Direito (UFBA). Mediadora Judicial e Extrajudicial e Instrutora de Mediação Judicial pelo CNJ. 

Yara da Paixão Ferreira

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Difusão do Conhecimento (PPGDC). Graduada em Letras com Ingês e respectivas literaturas (UNIME) e Mestra em Educação de Jovens e Adultos (MPEJA). Professora da Rede Municipal de Camaçari/BA.

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Publicado

2024-12-30