Narrando “a angústia de ser vegano em um mundo não vegano”

Autores

  • Fernanda Passos da Trindade Jorge Neres UFC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2025.e99394

Palavras-chave:

Narrativa autobiográfica, Angústia, Veganismo, Posicionamento narrativo

Resumo

A narrativa autobiográfica da angústia e da dor de ser vegano em um mundo não vegano, similarmente a outras situações dolorosas, pode ser caracterizada por certas especificidades discursivas devido à influência de fortes emoções contextuais envolvidas. O objetivo deste artigo, com base nos conceitos teóricos de hardening e loop narrativo (Vasconcelos, 2022), é descrever e analisar essas especificidades discursivas através de um estudo de caso de uma narrativa autobiográfica da angústia de ser vegano em um mundo não vegano – vistopia. O despertar para o veganismo é caracterizado como o porto de passagem da participante criando uma fronteira entre o antes e o depois em sua vida. Ao expressar seus sentimentos ela se torna capaz de compreender a sua experiência e a sua capacidade de sobreviver e aprender lições com a dor e a angústia. A construção do posicionamento narrativo também conta com diversos elementos como circunstancialidade, valor, aspecto e repetição.

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Publicado

2025-03-17

Edição

Seção

Dossiê | Narratologia e suas interfaces: Saúde e Educação