Sobre o settling do português brasileiro

Autores

  • Luiz Henrique Milani Queriquelli UFSC

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2013v10n3p237

Resumo

Atualmente, o debate sobre a formação do português brasileiro (PB) encontra-se dividido entre duas hipóteses que podem ser definidas como hipótese externalista (crioulista) e hipótese internalista (derivista). A hipótese externalista sugere que os aspectos distintivos do PB decorrem de um processo de crioulização prévio motivado pelo contato massivo com línguas africanas no período da escravidão. A hipótese internalista, embora não ignore o contato de línguas na formação do PB, afirma que tal contato não foi determinante para o surgimento das suas características distintivas e sugere que essas características remetem a possibilidades estruturais já inscritas na deriva da língua. Este ensaio traz uma breve análise dos fatos linguísticos usualmente invocados pela hipótese externalista e apresenta um novo argumento à hipótese internalista a partir do conceito de settling, proposto por Seuren (2013). Este novo argumento aponta para as consequências da língua-geral que se formou no início da colonização brasileira, a partir da fusão dos distintos dialetos falados pelos imigrantes portugueses, e vincula esta língua-geral ao fato de o PB ser, ao mesmo tempo, altamente conservador e inovador.

Biografia do Autor

Luiz Henrique Milani Queriquelli, UFSC

Tem mestrado em Estudos da Tradução e graduações em Letras e Ciências Sociais. Atualmente, é doutorando em Linguística. Como pesquisador, seus trabalhos mais importantes estão ligados ao ensino do latim na formação de professores de língua portuguesa e à crítica de tradução de literatura latina. Tem experiências docentes no ensino superior, em níveis de graduação e pós-graduação, nas modalidades presencial e à distância.

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Publicado

2013-12-09

Edição

Seção

Ensaio