Questões de língua no Brasil oitocentista

Autores

  • Hosana dos Santos Silva Universidade Federal de São Paulo
  • Marilza de Oliveira Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2015v12n4p872

Resumo

Neste estudo, analisamos os usos linguísticos de grupos sociais letrados brasileiros, no final do século XIX e início do XX, assim como os elementos sociais, políticos e culturais que atuaram como estratificadores sociais e linguísticos na sociedade do pós-independência. Desse modo, consideramos os processos de reestruturação das elites nacionais em torno da constituição do Estado, em meio às lutas travadas na firmação das nacionalidades, especialmente no que se referem às ações em favor da autonomia linguística brasileira. Da perspectiva estritamente linguística, analisamos os padrões empíricos de ordenação dos clíticos pronominais (cf. SANTOS SILVA, 2012; OLIVEIRA, 2011, 2013). Os resultados do estudo evidenciam que, nesse contexto de múltiplas disputas, formam-se no Brasil diferentes variedades linguísticas cultas, emanadas de usos coletivos distintivos e legitimadas mediante a ação dessas mesmas elites letradas. Ficam em evidência os efeitos de um processo que se realiza não pela decalcagem das normas lusitanas, mas pelo ajustamento dos usos linguísticos socialmente valorizados à realidade sociocultural e política propriamente brasileiras.

Biografia do Autor

Hosana dos Santos Silva, Universidade Federal de São Paulo

Doutora (2012) em Letras pelo programa de Filologia e Língua Portuguesa, do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Universidade de São Paulo (USP); mestre (2007), licenciada (2004) e graduada em Letras (2002), com habilitação em Linguística e Língua Portuguesa, pela mesma Universidade. Atua principalmente nas áreas de Teoria Linguística, Sociolinguística e História Social da Linguagem, com ênfase nos seguintes temas: teorias e descrições sintáticas, aquisição da escrita, interação, variação e mudança linguísticas e história do português brasileiro. É professora adjunta no curso de Letras (área de Linguística) da Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Atualmente, desenvolve projeto de pesquisa em História Social da Linguagem.

Marilza de Oliveira, Universidade de São Paulo

Possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo (1980), mestrado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1992) e doutorado em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas (1996). Atualmente é professora titular da Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Sintaxe e Linguística Histórica, atuando principalmente nos seguintes temas: linguística histórica, sintaxe, história social e morfologia lexical.

 

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Publicado

2015-12-28

Edição

Seção

Artigo