A maternidade e a prostituição: uma análise discursiva de entrevistas com garotas de programa

Autores

  • Mirielly Ferraça Universidade Estadual de Campinas

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2016v13n2p1158

Resumo

A partir de entrevistas realizadas com quatro garotas de programa e com base no aporte teórico da Análise de Discurso de orientação francesa, este artigo coloca em discussão um dos argumentos apresentados para justificar a entrada na prostituição: os filhos. No jogo discursivo, as entrevistadas exaltam o lugar materno ocupado, descrevendo o quão boas mães são, tecendo a defesa da escolha que fizeram. Assim, a maternidade é usada como um redirecionamento discursivo, uma tentativa de apagar o lugar da prostituta ocupado, intensificando discursivamente o sacrifício materno realizado. Entretanto, apesar do aparente controle dos sentidos, a contradição, constitutiva da linguagem, se instala e outros sentidos escapam.

Biografia do Autor

Mirielly Ferraça, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Linguística pela Universidade Estadual de Campinas, com bolsa auxílio CAPES. Mestrado e Graduação em Letras pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná.

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Publicado

2016-07-03

Edição

Seção

Artigo