Ultrapassagem de barreira linguística e cooptação de mão de obra no Sul da Bahia: primeiros anos de Colonização Portuguesa (1500-1549)

Autores

  • Wagner Carvalho de Argolo Nobre Professor Assistente de Língua Portuguesa da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2020.e67691

Resumo

Neste artigo, temos como principais objetivos a explicitação de como se deu a ultrapassagem de barreira linguística e a cooptação inicial de mão de obra para os engenhos de produção de açúcar, durante o início da colonização portuguesa no Brasil, com ênfase para a região sul da Bahia e para o período compreendido entre 1500 e 1549. Como objetivo secundário, procuramos ressaltar a importância do desenvolvimento, no âmbito da ciência linguística, da disciplina de história social da linguagem (Burke, 1995), já que investiga um dos principais aspectos de uma língua: seu papel social, exercido por seus falantes em suas relações interpessoais cotidianas – dimensão digna de nota –, na medida em que o caráter bem sucedido das relações linguísticas iniciais, entre povos distintos, pode ser determinante para interações sociais menos deletérias, assim como produzir consequências importantes sobre a formação de uma identidade nacional.

Biografia do Autor

Wagner Carvalho de Argolo Nobre, Professor Assistente de Língua Portuguesa da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

Mestre e Doutor em Letras, pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), e professor assistente de língua portuguesa da Univesidade Estadual de Santa Cruz (UESC), em Ilhéus, Bahia.

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Publicado

2020-12-30

Edição

Seção

Artigo