“Digale al pueblo que avance": Biopolítica y medicalización del sufrimiento del pueblo Xukuru del Ororuba
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-8412.2019v16n3p3994Resumen
Se objetiva problematizar la medicalización del sufrimiento del pueblo Xukuru del Ororubá, Pesqueira, PE, a partir de los conceptos de biopoder y biopolítica. Se buscó articular evidencias científicas recientes para un análisis de tensiones en la implementación de la Política Nacional de Atención a la Salud de los Pueblos Indígenas relacionadas con la intermedicalidad y el cuidado en la salud. El abordaje del sufrimiento psíquico del pueblo Xukuru se ha dado, principalmente, por la atribución de diagnósticos de trastornos mentales y prescripción de psicotrópicos. Dichas prácticas favorecen la enfermedad, despolitizando las prácticas tradicionales de sanación y componen el conjunto de estrategias biopolíticas y del saber-poder biomédico para el gobierno de las poblaciones. Se concluye que la desterritorialización y los intentos de aculturación impactan en el predominio de prácticas terapéuticas biomédicas y en el silenciamiento del sufrimiento psíquico de los indígenas oponiéndose al protagonismo de ese pueblo expresado en la consigna: "¡Digale al pueblo que avance!"
Citas
ANDRADE, J.T.; SOUSA, C.K.S. Práticas indígenas de cura no Nordeste brasileiro: discutindo políticas públicas e intermedicalidade. Anuário Antropológico, Brasília, v. 41, n. 2, p.179-202, nov. 2016.
BATISTA, M.Q. Saúde Mental Indígena: um desafio interdisciplinar. 2010. 48 f. Monografia (Especialização) - Curso de Psicologia, Centro Universitário de Brasília - Uniceub, Cap. 2. Brasília, Brasil, 2010.
BARBOSA, V.F.B. et al. O cuidado em saúde mental no Brasil: uma leitura a partir dos dispositivos de biopoder e biopolítica. Saúde Debate, Rio de Janeiro, v. 40, n. 108, p. 178-189, jan./mar. 2016.
______; CAPONI, S.N.C. de; VERDI, M.I.M. Mental health care, risk and territory: crosscutting issues in the context of safety society. Interface (Botucatu), Botucatu, v.20, n.59, p. 917-28, 2016.
______. Risco como perigo persistente e cuidado em saúde mental: sanções normalizadoras à circulação no território. Saúde Soc, São Paulo, v.27, n.1, p.175-184, 2018.
BEZERRA, V.F.; CABRAL, L.B.; ALEXANDRE, A.C.S. Medicalização e Saúde Indígena: uma análise do consumo de psicotrópicos pelos índios Xukuru de Cimbres. Cien Saude Colet [periódico na internet] (2017/Nov). Disponível em: http://www.cienciaesaudecoletiva.com.br/artigos/medicalizacao-e-saude-indigena-uma-analise-do-consumo-de-psicotropicos-pelos-indios-xukuru-de-cimbres/16513?id=16513 Acesso em: 31 de jan. de 2019.
BRASIL. Constituição (2002). Portaria nº 254, de 31 de janeiro de 2002. Política Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas. Brasília, DF, 2002.
BRITO, J.S.S.; ALBUQUERQUE, P.C. de; SILVA, E.H. Educação popular em saúde com o povo indígena Xukuru do Ororubá. Interface (BOTUCATU), Botucatu, v.17, n.44, p.219-228, 2013.
CONRAD, P. The Medicalization of Society:On the Transformation of Human Conditions into Treatable Disorders. Baltimore: The Johns Hopkins University Press, 2007.
CONSELHO INDIGENISTA MISSIONÁRIO. A Política de Atenção à Saúde Indígena no Brasil. Breve recuperação histórica sobre a política de assistência à saúde nas comunidades indígenas. Brasília: Conselho Indigenista Missionário, 2013.
FOUCAULT, M. Vigiar e punir: nascimento da prisão. 38 ed. Petrópolis: Vozes, 2010.
GAUDENZI, P. Biopolitical mutations and discourses about normality: foucaultian actualizations in the biotechnological age. Interface (Botucatu), Botucatu, v.21, n. 6, p. 99-110, 2017.
LORENZO, C.F.G. Desafios para uma bioética clínica interétnica: reflexões a partir da política nacional de saúde indígena. Revista Bioética, São Paulo, v. 2, n. 19, p.329-342, jul., 2011.
OLIVEIRA, K.E. de. Construindo redes e relações: Estratégias políticas no povo indígena Xukuru (PE). Revista Anthropológicas, v.21, n.2, p.235-264, 2010.
OLIVEIRA, K. Guerreiros do Ororubá: O processo de organização política e elaboração simbólica do povo indígena Xukuru. In: Reunião de Antropologia do Mercosul, 7, 2014, Universidade Federal do Rio Grande do Sul- UFRGS, Porto Alegre, RS, Brasil - GT 08: Violência Estatal, Indigenismo e Povos Indígenas, 2014.
OLIVEIRA, R.N. da C.; ROSA, L.C. dos S. Saúde Mental Indígena: os desafios para uma ressignificação do conceito e da política. In: Jornada Internacional de Políticas Públicas, 6, 2013 São Luís do Maranhão, MA, Brasil.
OLIVEIRA, P.W. do N. Assistência à saúde em comunidades Indígenas: Uma revisão sistemática da literatura. Monografia (Componente Curricular MEDB33/2015.2) – Curso de Medicina. Universidade Federal da Bahia – UFBA. Bahia, 2017
PARENS, E. On Good and Bad Forms of Medicalization. Bioethics, v. 27, n 1, p. 28-35, 2011.
PEREIRA, P.P.G. Limites, traduções e afetos: profissionais de saúde em contextos indígenas. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 18, p.511-538, 2012.
ROSA, B. P. G. D.; WINOGRAD, M. Palavras e pílulas: sobre a medicamentalização do mal-estar psíquico na atualidade. Psicologia e Sociedade, Belo Horizonte, v. 23, p. 37-44, 2011.
VIEIRA, H.T.G. et al. A relação de intermedicalidade nos Índios Truká, em Cabrobó – Pernambuco. Saúde Soc., São Paulo, v. 22, n. 2, p.566-514, out. 2012.
YASUI S. Rupturas e encontros: desafios da Reforma Psiquiátrica brasileira. Rio de Janeiro: Fiocruz; 2010.
