A intrínseca relação entre concepções de língua e atividades didáticas de leitura: contribuições para a formação do professor de língua materna

Autores

  • Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro Bartho Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP)
  • Alessandra Aparecida de Castro Claro Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de São Luiz do Paraitinga.

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-8412.2018v15n4p3412

Resumo

Dada a relação intrínseca entre concepções de língua e trabalho com a leitura em língua materna, discutimos, como objetivo amplo, as principais concepções de língua e como elas afetam as atividades de leitura. Especificamente, analisamos, sob o viés da Linguística Aplicada, exercícios baseados em livros didáticos, para fornecer subsídios aos educadores no processo de avaliação do material que têm em mãos e que vierem a elaborar. Defendemos que pressupostos de diferentes concepções de língua podem se complementar, tendo em vista os objetivos pedagógicos. Assim, um trabalho em sala de aula a partir de uma abordagem discursiva da língua, que parece, a nosso ver, melhor atender à pretensão de formação do leitor crítico, não exclui, necessariamente, atividades de análise linguística de tendência estruturalista. Concluímos que concepção de língua e atividade de leitura têm relação inerente, e que, portanto, o professor precisa conhecer tais teorias para que sua prática docente seja mais coerente e consciente, de acordo com cada realidade pedagógica.

Biografia do Autor

Viviane Dinês de Oliveira Ribeiro Bartho, Universidade de São Paulo (USP) e Instituto Federal de São Paulo (IFSP)

Especialista em Leitura e Produção de Gêneros Discursivos, pela Universidade de Taubaté (UNITAU), Mestra em Linguística Aplicada, pela mesma instituição, e Doutoranda em Filologia e Língua Portuguesa, pela Universidade de São Paulo (USP). Professora efetiva do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), câmpus de Campos do Jordão.

Alessandra Aparecida de Castro Claro, Secretaria de Educação do Estado de São Paulo e Prefeitura Municipal de São Luiz do Paraitinga.

Especialista em Leitura e Produção de Gêneros Discursivos, pela Universidade de Taubaté (UNITAU) e Professora efetiva de Língua Portuguesa e Inglesa na Rede Estadual de Educação do Estado de São Paulo e na Rede Municipal de Educação de São Luiz do Paraitinga.

Referências

BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

BRASIL. (SEF/MEC). Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. 2 ed. Brasília, DF: SEF/MEC, 2000.

BRASIL. (SEF/MEC). Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Lei nº 9394, 20 de dezembro de 1996.

CORACINI, M. J. R. F. Heterogeneidade e leitura na aula de língua materna. In: CORACINI, M. J. R. F. Discurso e Sociedade: práticas em análise do Discurso. Pelotas-RS: Editora da Universidade Católica de Pelotas, 2001. pp 137-155.

CORACINI, M. J. R. F. (Org.). Leitura: Decodificação, Processo Discursivo...?. In. CORACINI, M. J. R. F. O jogo discursivo na Aula de Leitura: língua materna e língua estrangeira. 3. ed. Campinas – SP: Pontes, 2010. p. 13-20.

CORRÊA, M. L. G. As perspectivas etnográfica e discursiva no ensino da escrita: o exemplo de textos de pré-universitários. Revista da ABRALIN, n. Especial, p. 333-356, 2011.

CORRÊA, M. L. G. Bases teóricas para o ensino da escrita. Linguagem em (Dis)curso, Tubarão, v. 13, n. 3, p. 481-513, set./dez. 2013.

CORRÊA, M. L. G. Letramentos e gêneros do discurso na universidade. Incluindo discussão sobre (novas) práticas de leitura e escrita na internet. In: ABREU-TARDELLI, L.; KOMESU, F. (Org.) Letramento e gêneros: aproximações, distanciamentos. São Paulo: Editora da Unesp (FEU), 2016. p. 1-28.

FIORIN, J. L. Introdução ao pensamento de Bakhtin. São Paulo: Ática, 2006.

GOLDSTEIN, N. S. Gêneros do discurso e gramática no ensino de língua materna. Revista SCRIPTA, Belo Horizonte, v. 13, n. 24, p. 95-109, 1º sem. 2009.

GRANTHAM, M. R. Leitura e repetição: formas de interpretação. In: CORACINI, M. J. R. F. Discurso e Sociedade: práticas em análise do discurso. Pelotas-RS: Editora da Universidade Católica de Pelotas, 2001. p. 209-234.

LEA, M.; STREET, B. O modelo de “letramentos acadêmicos”: teoria e aplicações. Trad. Adriana Fischer e Fabiana Komesu. Filologia e Linguística Portuguesa, São Paulo, v. 16, n. 2, p. 477-493, jul./dez. 2014.

MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

ORLANDI, E. P. Discurso e leitura. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2012.

______. As formas do silêncio: no movimento dos sentidos. 2. ed. Campinas, SP: Editora da Unicamp, 1993.

PÃO amassado [2017]. Disponível em: https://www.google.com/search?q=charges+direito+e+sindicalismo&client=firefox-b-ab&tbm=isch&source=iu&ictx=1&fir=UIip4CL9iu1QeM%253A%252Co9RiVgw7AGzM1M%252C_&usg=AI4_-kQCXUwHXCJQm0s7Zl9iwtMdfQjvYA&sa=X&ved=2ahUKEwjYt9Gm8fDfAhUED7kGHfjQD_cQ9QEwAXoECAYQBA#imgrc=MLBEZjKvq5Ts7M. Acesso em: 23 jan. 2018.

PÊCHEUX, M. Discurso e ideologia(s). In: PÊCHEUX, M. Semântica e discurso: uma crítica à afirmação do óbvio. Trad. Eni P. Orlandi [et al.] Campinas, SP: Ed. da Unicamp, 1988. p. 139-185.

PÊCHEUX, M.; FUCHS, Catherine. A propósito da análise automática do discurso: atualização e perspectivas (1975). In: GADET, F.; HAK, T. (Org.). Por uma análise automática do discurso: uma introdução à obra de Michel Pêcheux. Trad. Bethânia S. Mariani et al. 2. ed. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 1997. p. 163-252.

REFORMA trabalhista. [2017]. Disponível em: http://blogdotonimartins.blogspot.com.br/2017/04/charge-reforma-trabalhista.html. Acesso em: 23 jan. 2018.

ROJO, R. H. R.; BARBOSA, J. P. Hipermodernidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola, 2015.

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

STREET, B. Dimensões “escondidas” na escrita de artigos acadêmicos. Trad. Armando Silveiro. PERSPECTIVA, Florianópolis, v. 28, n. 2, 541-567, jul./dez. 2010.

Downloads

Publicado

2018-12-28

Edição

Seção

Artigo