Questões de governança e os papéis dos stakeholders no ambiente do ensino superior brasileiro

Autores

  • José Franco Teixeira Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Economia e Gestão -Portugal.
  • Luis Mota de Castro Lisboa (ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão) e pesquisador integrado no centro Advance.

DOI:

https://doi.org/10.5007/1983-4535.2015v8n2p237

Resumo

Este artigo analisa e visa entender as relações de governança nas Instituições do ensino superior no Brasil, como mecanismo de integração e reprodução dos interesses dos diversos stakeholders, dentro e fora do ambiente organizacional. É explicado que os parceiros das IES no Brasil, com os quais estas estabelecem relações privilegiadas, permitem-lhes acessos através dos quais elas mobilizam recursos e se coordenam com atores externos, em alguns casos influenciando as agências de regulação e avaliação. Na sua prática, as IES desenvolvem suas estratégias conforme as informações obtidas através desses stakeholders ou informante-chave. Como parceiros interessados, os diversos stakeholders influenciam e por vezes determinam as escolhas feitas pelas organizações, por exemplo, as ofertas de cursos superiores (Licenciaturas, Bacharelados, Tecnólogos, Stricto Sensu e Lato Sensu). Os parceiros externos, vistos como stakeholders, podem ser as agencias reguladoras do ensino superior (MEC), as empresas, outras entidades governamentais e grupos profissionais e corporativos da sociedade.

A pesquisa realizada teve como objeto de estudo (Yin 2010) uma IES privada sediada em São Luís, no Estado do Maranhão – Brasil, onde coletamos informações e conseguimos observar e identificar alguns stakeholders, aos quais forneciam informações necessárias para organização e, em contrapartida beneficiavam, em termos de imagem e de criação de capital social, desse relacionamento. Tomamos o conceito de capital social que, conforme o que nos diz (Nogueira and Catani 2007), é um conjunto de recursos atuais ou potenciais que estão ligados à ‘posse’ de uma rede durável de relações mais ou menos institucionalizadas de interconhecimento e de interreconhecimento ou, em outros termos, à vinculação a um grupo, como conjunto de agentes que não somente são dotados de propriedades comuns, mas também são unidos por ligações permanentes e úteis [...] o volume de capital social que um agente individual possui depende então da extensão da rede de relações que ele pode efetivamente mobilizar e do volume do capital (econômico, cultural ou simbólico) que é posse exclusiva de cada um daqueles a quem está ligado [...] os lucros que o pertencimento a um grupo proporciona estão na base da solidariedade.

Biografia do Autor

José Franco Teixeira, Universidade de Lisboa - Instituto Superior de Economia e Gestão -Portugal.

Autor – José Maria Franco Teixeira Neto

Doutorando em Sociologia Econômica e das Organizações da Universidade de Lisboa, unidade de acolhimento SOCIUS – Centro de Investigação em Sociologia Econômica e das Organizações localizado no Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, PT.

Mestre em Administração pela Universidade de Brasília, Brasil.

Bolsista da CAPES - Proc. nº 0593/14-1.

CAPES Foundation, Ministry of Education of Brazil, Brasília - DF 70040-020, Brazil;

Interesses de pesquisa são: gestão estratégica e empresarial, sociologia econômica e das organizações, ensino superior.

E-mail: frankoneto@gmail.com

 

Luis Mota de Castro, Lisboa (ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão) e pesquisador integrado no centro Advance.

Doutorado pela Lancaster University (UK), é professor associado da Universidade de Lisboa (ISEG - Instituto Superior de Economia e Gestão) e pesquisador integrado no centro Advance. Os seus interesses de pesquisa são: estratégia empresarial, relacionamentos e redes de empresas, e mercados como redes.

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Publicado

2015-05-14

Edição

Seção

Artigos