O movimento estudantil enquanto forma organizacional de luta e resistência: o caso do “OcupaUF”
DOI:
https://doi.org/10.5007/1983-4535.2020v13n1p93Resumo
As formas organizativas destoantes da lógica de mercado, apesar de marginalizadas, constituem um campo fértil de estudos. O objeto deste artigo é o movimento de ocupação ocorrido em uma universidade federal localizada em Minas Gerais, motivado pela votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241 do governo Michel Temer, a qual previa o congelamento dos gastos com saúde e educação no Brasil durante 20 anos. Buscou- se compreender a estrutura e a dinâmica do referido movimento que realizou a ocupação do espaço da universidade como forma de resistência. Os resultados apontam para práticas organizativas horizontais, com predomínio da tomada de decisão coletiva e para o fortalecimento do movimento estudantil.
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