Os níveis de qualidade de vida no trabalho a partir dos modelos de Walton (1973) e Hackman e Oldham (1975): estudo em uma Instituição Federal de Ensino do estado de Minas Gerais
DOI:
https://doi.org/10.5007/1983-4535.2022.e82026Resumo
Este estudo foi realizado em virtude da relevância da QVT para o bom desenvolvimento das organizações e também da pluralidade de estudos e de modelos sobre o construto, não se obtendo, no entanto, um consenso final sobre o assunto. A pesquisa objetivou identificar os níveis de QVT em uma Instituição Federal de Ensino de Minas Gerais, a partir dos modelos de Walton (1973) e Hackman e Oldham (1975). Para tanto, a pesquisa se caracterizou como quantitativa e descritiva. Por meio de um estudo de caso, os dados foram coletados via questionário, destinado, de forma impressa, a uma amostra de 175 servidores escolhidos aleatoriamente em um universo de 345 indivíduos. As análises foram feitas por meio de estatística uni e bivariada. Os achados evidenciaram níveis satisfatórios de QVT em ambos os modelos. Em relação ao modelo de Walton, destacam-se as variáveis “estabilidade” e “equilíbrio trabalho e vida”, que mais proporcionam satisfação e também a dimensão “oportunidade de crescimento profissional e pessoal” que menos proporciona satisfação. No que diz respeito ao modelo de Hackman e Oldham, evidenciou-se que a dimensão que mais proporciona satisfação é “inter-relacionamento” e a que menos proporciona satisfação é a dimensão “feedback extrínseco”. Observou-se também a complementaridade entre os modelos abordados, sugerindo a utilização simultânea de ambos ao avaliar os índices de QVT, haja vista a distinção de seus enfoques.
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