Reconhecimento como categoria de crítica cultural

Autores

  • Marcio Serelle Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2019v16n1p11

Resumo

Neste artigo objetivo investigar as articulações entre política do reconhecimento e crítica cultural. Examino como a crítica jornalística de ficção audiovisual manifesta aspectos desse paradigma por meio de três relações não excludentes: a identificação e análise do reconhecimento como perspectiva estruturante da obra; o reconhecimento como valor de aferição; e como demanda mais complexa por paridade imagética. Para isso, analiso a crítica de filmes como Pantera Negra e O estranho que nós amamos. Os resultados apontam para a emergência de uma crítica menos estética do que ética, que privilegia aspectos identitários das personagens e questões de representatividade na indústria audiovisual. O artigo propõe, ao final, o desafio de se articular o valor de reconhecimento a fatores estéticos para uma análise mais ampla do discurso audiovisual.

Biografia do Autor

Marcio Serelle, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da PUC Minas, com pós-doutorado na University of Queensland (2015). E-mail: marcio.serelle@gmail.com

Referências

AFTAB, Kaleem. Soia Coppola has a race problem – and there’s no excuse for it. Disponível em www.telegraph.co.uk/ilms/2017/07/14/soia-coppola-has-race-prob-lem-no-excuse. Acesso em: 14 set. 2018.

CANDIDO, A. Crítica e sociologia. In: CANDIDO, A. Literatura e sociedade. São Paulo: T. A. Queiroz, 2000. p. 3-15.

DUNKER, C. Subjetividade em tempos de pós-verdade. In: DUNKER, C. [et. all.]. Ética e pós-verdade. Porto Alegre: Dublinense, 2017. p. 11-41.

DYER, R. Stars. British Film Institute, 1998.

FANON, F. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: EDUFBA, 2008.

FRASER, N. Social justice in age of identity politics: redistribution, recognition, and participation. In: FRASER, N., HONNETH, A. Redistribution or recognition? – a political-philosophical exchange. Londres; Nova Iorque, Verso: 2003. p. 7-109.

GRAY, J. W. he libertating visions of Black Panther. Disponível em: https://ne-wrepublic.com/article/147045/liberating-visions-black-panther. Acesso em: 27 dez. 2018.

HESSEL, M. O estranho que nós amamos – crítica. Disponível em: https://www.omelete.com.br/ilmes/criticas/o-estranho-que-nos-amamos-critica. Acesso em: 09 nov. 2018.

HONNETH, A. Luta por reconhecimento. São Paulo: Editora 34, 2009.

HUTCHEON, L. A theory of adaptation. Londres: Routledge, 2006.

ISER, W. Os atos de ingir ou o que é ictício no texto iccional. In: LIMA, L. C. Te-oria da literatura em suas fontes, vol 2. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2002. p. 955-987.

LIPPMANN, W. Opinião pública. Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.

LUHMANN, N. A realidade dos meios de comunicação. São Paulo: Paulus, 2005.

MENEZES, T. Pantera negra agradará quem vê pouco densidade nos ilmes da Marvel. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/02/pantera-negra-agradara-quem-ve-pouca-densidade-nos-ilmes-da-marvel.shtml. Acesso em 27 dez. 2018.

MIRANDA, A. Pantera Negra. Disponível em: https://oglobo.globo.com/rioshow/critica-pantera-negra-22389223. Acesso em 27 dez. 2018.

SAID, E. W. Travelling theory. In: SAID, E. W. he world, the text, and the critic. Cambridge: Harvard University Press, 1983. p. 226-247.

SAFATLE, V. Por um conceito “antipredicactivo” de reconhecimento. Lua Nova. São Paulo, no. 94, p. 79-116, 2015.

SAFATLE, V. Só mais um esforço. São Paulo: Três Estrelas, 2017.

SONTAG, S. Against interpretation. New York : Farrar, Straus & Giroux, 1966.

TODOROV, T. A crítica da crítica. São Paulo: Unesp, 2015.

ŽIŽEK, S. Dois panteras negras. Disponível em: https://blogdaboitempo.com.br/2018/02/27/zizek-dois-panteras-negras. Acesso em: 27 dez. 2018.

Downloads

Publicado

2019-07-09

Edição

Seção

Núcleo Temático