A mídia manipula quem tem cabeça fechada: adolescentes periféricos e a crítica ao jornalismo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2019v16n1p66

Resumo

Em pesquisa-ação com jovens do ensino médio, moradores de bairros periféricos e/ou de baixa renda, investigamos como eles criticam o jornalismo brasileiro e de que forma se mantêm informados. O estudo revela distanciamento e desconfiança desse jovem em relação a fontes jornalísticas tradicionais — ainda que reconheçam a sua importância —, mas também a emergência de novas rotinas noticiosas, influenciadas por plataformas digitais. Segundo os grupos focais realizados, o consumo do jornalismo profissional ocorre sobretudo pela TV, por influência de hábitos familiares, e por alguns sites noticiosos. Por iniciativa própria, os jovens recorrem a posts em redes sociais, vídeos no YouTube e consultas a agregadores, para acessar o que eles identificam como “notícias” importantes para o dia a dia, ainda que essas informações nem sempre venham da mídia jornalística tradicional.

Biografia do Autor

Juliana Doretto, Faculdade das Américas/MidiAto (USP)

Jornalista. Doutora em Ciências da Comunicação (Universidade Nova de Lisboa), mestre na mesma área (USP) e professora da Faculdade das Américas. Membro do Grupo de Estudos de Linguagem: Práticas Midiáticas (MidiAto). E-mail: jdoretto@gmail.com

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Publicado

2019-07-09

Edição

Seção

Núcleo Temático