Reportagem e reconhecimento: a alteridade como projeto
DOI:
https://doi.org/10.5007/1984-6924.2021.e75889Resumo
O presente texto debate a reportagem jornalística e sua construção narrativa como devedora do gesto de reconhecimento, mantendo em permanente evidência o Outro como dimensão primeira da comunicação. O Outro como questão é um convite ao fim da distância, mesmo que seja também um limite à aproximação. Para Paul Ricoeur, a reciprocidade do reconhecimento é a exigência ética mais profunda. Em Emmanuel Lévinas, o princípio ético absoluto é o cuidado com o outro, uma responsabilidade incondicional e infinita como estrutura fundamental da subjetividade. Em uma articulação entre os estudos da reportagem e a filosofia, propôs-se tomar a reportagem, em sua qualidade de metodologia do jornalismo, fundamentada por um encontro que é ruptura do mesmo em direção ao Outro e cuja escrita pode tensionar a representação que apaga o clamor do Rosto, potência para pensar o jornalismo diante da vida precária e da exclusão.
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