Posiciones otorgadas y prohibidas para las voces de las clases populares en el discurso periodístico

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1984-6924.2020v17n2p149

Resumen

El artículo analiza cómo el discurso periodístico valora las voces de las fuentes populares de clase, otorgando e interceptando ciertas posiciones para estos sujetos. Se basa en la comprensión de que al hacer que los temas, eventos y problemas sean visibles, el periodismo establece previamente roles y lugares para sujetos y grupos sociales. El análisis de un informe televisivo del programa Caminhos da Reportagem (TV Brasil) muestra que el discurso periodístico coloca las voces de las fuentes de clases populares en posiciones de descripción, lamentación e ilustración en detrimento de las posiciones de opinión, conocimiento y proposición. Los resultados señalan la necesidad de un periodismo que proponga ser público, independiente y democrático, para repensar las formas en que se valoran las voces de sus fuentes, desnaturalizando lugares cristalizados en el imaginario periodístico y social que solo reiteran el status quo.

Biografía del autor/a

Rafael Rangel Winch, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Doutorando em Jornalismo pelo Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Bolsista FAPESC/CAPES. 

Daiane Bertasso, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Professora no Departamento de Jornalismo da UFSC e no Programa de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC. Pesquisadora nos Grupos de Pesquisa do CNPq Jornalismo, Cultura e Sociedade (UFSC) e TRANSVERSO: estudos em jornalismo, interesse público e crítica (UFSC).

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Publicado

2020-12-18