A Institucionalização do Serviço Social nas Agências Penais e seus Paradoxos (1940-1950)

Resumen

Este estudo investiga o processo de institucionalização do Serviço Social nas agências penais do Rio de Janeiro. Enquanto o pensamento conservador considera a entrada do Serviço Social nas agências penais como uma expressão da modernização em matéria penitenciária, este trabalho oferece uma análise crítica que evidencia tanto continuidades quanto rupturas em relação às protoformas da profissão. Com base em uma pesquisa documental, incluindo jornais da época (1940–1950) e a Revista A Estrela, veículo da Penitenciária Central do Distrito Federal, a análise revela que o processo de institucionalização da profissão nas agências penais rompe com as protoformas e as suas formas assistenciais caritativas dispersas, bem como com as tentativas de cooperação com instituições assistenciais, denominada pelo pensamento conservador de origem estadunidense como “Agências de Serviço Social” ou organizações primárias. No entanto, permanece uma continuidade contraditória na medida em que a validade do trabalho profissional em agências penais pouco difere das protoformas e sua capacidade de manipular variáveis empíricas para situar material e espiritualmente o sujeito no cotidiano no processo de criminalização secundária, apesar de duas diferenças fundamentais: a mercantilização da força de trabalho e a adoção de um discurso assumidamente “científico”.