Particularidade e estranheza: Euclides da Cunha

Autores

  • Vinícius Nicastro Honesko Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7917.2008v13n1p135

Resumo

Através da análise de algumas obras de Euclides da Cunha, o trabalho pretende armar uma rede de sentidos para o pensamento euclidiano. Partindo da idéia presente no termo regionalismo (regere limes), demonstra como numa primeira instância os textos de Euclides parecem estreitamente instruídos por uma lógica disjuntiva, a partir da qual se movimenta a escrita do autor. Nesta série de contrapontos, no entanto, verifica como esta pretensa rigidez da lógica de Euclides treme e se enfraquece por uma série de relatos contraditórios e aporéticos. A partir deste ponto, a proposta que vem à tona é que mais do que de caracterizações de instâncias limites e antagônicas, claramente representadas na dicotômica apresentação do sertão e do litoral, é de instâncias limiares, confins (limen), que o texto de Euclides trata. O jogo opositivo-regressivo no qual parece se perder é exposto como marca de um estupor da razão, que impele Euclides às suas caracterizações contraditórias, nas quais, pode ser visto seu titubear – enquanto homem imerso em seu tempo (o engenheiro e positivista Euclides) e desconfiado de suas próprias apostas (o escritor Euclides).

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Publicado

2008-07-30

Como Citar

HONESKO, Vinícius Nicastro. Particularidade e estranheza: Euclides da Cunha. Anuário de Literatura, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 135–144, 2008. DOI: 10.5007/2175-7917.2008v13n1p135. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/literatura/article/view/2175-7917.2008v13n1p135. Acesso em: 23 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos