#Vacinar ou não, eis a questão! As emoções na disputa discursiva sobre a aprovação das vacinas contra a Covid-19 no Twitter

Autores

  • Claudio Luis de Camargo Penteado
  • Maria Alice Silveira Ferreira UFMG
  • Marcus Abílio Pereira UFMG
  • Julia Marks Santana Chaves

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2021.85145

Palavras-chave:

Conflitos online, Vacina, Emoções, COVID-19, Anvisa

Resumo

O artigo tem como objetivo identificar as principais emoções presentes nas conversações online dos usuários do Twitter que ocorreram nos dias 17 e 18 de janeiro de 2021 sobre a aprovação pela Anvisa do uso emergencial de duas vacinas contra a Covid-19 (AstraZeneca e CoronaVac. A partir da análise das mensagens mais retuitadas, por meio de técnicas de análises de conteúdo e de discurso, foram identificadas as principais narrativas e as emoções contidas nos textos. Os resultados apontam a prevalência de mensagens positivas favoráveis à aprovação das vacinas, principalmente por meio das expressões de entusiasmo, alegria e orgulho, mobilizados pelo discurso de celebração da vacina, da ciência, do Sistema Único de Saúde (SUS) e também de mensagens críticas à atuação do governo federal no enfrentamento à pandemia

Biografia do Autor

Maria Alice Silveira Ferreira, UFMG

Doutora e Mestra em Ciência Política pela Universidade Federal de Minas Gerais. Pesquisadora do CePPI-UFMG.

Marcus Abílio Pereira, UFMG

Professor Associado do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal de Minas Gerais e do Programa de Pós-graduação em Ciência Política do DCP/UFMG. Doutor em Sociologia Política pela Universidade de Coimbra, Portugal. Pesquisador associado do Instituto Nacional de Ciência & Tecnologia em Democracia Digital (INCT.DD). Coordena o Centro de Pesquisas em Política e Internet (CePPI-UFMG).

Julia Marks Santana Chaves

Graduanda no Bacharelado de Ciências e Humanidades e Relações Internacionais pela Universidade Federal do ABC. Pesquisadora do Observatório de Conflitos da Internet e bolsista de Iniciação Científica da FAPESP.

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Publicado

2022-07-04