O interculturalismo político e a integração dos imigrantes: o caso português

Autores

  • Paulo Manuel Costa

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7984.2015v14n30p56

Resumo

A política de integração dos imigrantes tem por finalidade promover a coesão social e gerar um

sentimento de identificação com a comunidade nacional por meio do estabelecimento de laços
de união e da partilha de valores e práticas entre todos os residentes em um território. Em Portugal,
nos últimos anos, a interculturalidade tem sido apresentada como um dos princípios estruturantes
da política de integração dos imigrantes. Neste artigo, pretendemos mostrar como essa
intenção política encontrou tradução nos dois primeiros Planos para a Integração dos imigrantes,
procedendo à seleção e à apreciação das medidas mais diretamente direcionadas para a promoção
da interculturalidade. Concluímos que a grande maioria das medidas apresentadas como
interculturais nos dois documentos tem como objetivos mostrar a diversidade cultural existente e
capacitar a administração pública para lidar com a diversidade. Se essas medidas são importantes
para promover e facilitar a integração dos imigrantes, elas não parecem suficientes para revelar
uma abordagem interculturalista da política de integração portuguesa.

 

 

Biografia do Autor

Paulo Manuel Costa

Doutor em Ciência Política. Professor Auxiliar no Departamento de Ciências Sociais e de Gestão da Universidade
Aberta – Portugal. Investigador no Centro de Estudos das Migrações e das Relações Interculturais
(CEMRI). E-mail: pmcosta@uab.pt

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Publicado

2015-10-21

Edição

Seção

Artigo