Artigo: Conflitos socioambientais em Unidades de Conservação

Autores

  • Melissa Vivacqua Universidade do Vale do Itajaí
  • Paulo Henrique Freire Vieira Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

A preocupação pela perda extensiva e acelerada da diversidade biológica em escala global tem estimulado a criação de áreas protegidas pela via do planejamento governamental. Muitas vezes, a exclusão das populações nas tomadas de decisão acaba gerando conflitos na fase de implementação dos projetos, colocando em xeque as condições de sobrevivência de grupos que dependem diretamente dos bens e serviços ambientais existentes na área preservada. Geralmente, essas situações de litígio apresentam um caráter ambivalente: o acirramento dos conflitos pode conduzir, por um lado, a uma degradação cada vez mais intensa do meio biofísico e das condições de vida das populações; por outro, pode contribuir para a formação de um contexto favorável à inclusão social de grupos e comunidades que têm sido sistematicamente marginalizados dos espaços de construção e exercício da cidadania. O artigo focaliza esta ambivalência, levando em conta casos de conflito em Unidades de Conservação em diversos países, e oferece subsídios para uma transformação do atual sistema de gestão de recursos naturais no Brasil. O enfoque analítico adotado é tributário da pesquisa transdisciplinar sobre gestão de recursos de uso comum – ainda pouco conhecido da comunidade de cientistas sociais brasileiros sensíveis à gravidade da crise contemporânea do meio ambiente.

Biografia do Autor

Melissa Vivacqua, Universidade do Vale do Itajaí

Possui graduação em Licenciatura e Bacharelado em História pela Universidade Federal de Ouro Preto (2001) e mestrado em Sociologia Política pela Universidade Federal de Santa Catarina (2005). Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia Ambiental, atuando principalmente nos seguintes temas: conflito socioambiental, gestão patrimonial, recursos de uso comum e unidades de conservação.

Paulo Henrique Freire Vieira, Universidade Federal de Santa Catarina

possui graduação em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1972) e doutorado em Ciência Política pela Ludwig-Maximilians Universität München, Alemanha (1983). Desde 1986 vem realizando sucessivos estágios de pós-doutorado na França (Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales e Centre de Coopération Internationale en Recherche Agronomique pour le Développement) e no Canadá (University of Manitoba). Atualmente é professor titular do departamento de sociologia e ciência política da Universidade Federal de Santa Catarina e pesquisador ID do CNPq. Coordena o Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente e Desenvolvimento (NMD), vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC. Suas atividades de pesquisa, ensino e extensão vêm se concentrando nas seguintes áreas de conhecimento: política ambiental, desenvolvimento e meio ambiente, ecodesenvolvimento, gestão de recursos naturais renováveis, epistemologia das ciências ambientais, ética ecológica e educação relativa à problemática socioambiental. Coordena a série editorial "Desenvolvimento, Meio Ambiente e Sociedade" da Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino em Ecologia e Desenvolvimento (APED). Integra atualmente o Comitê Assessor de Ciências Ambientais do CNPq.

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Publicado

2005-01-01

Edição

Seção

Dossiê Temático