É o método filosófico baseado na intuição?

Autores/as

  • Cláudia Ribeiro CFCUL (Centro para a Filosofia Das Ciências da Universidade de Lisboa)

DOI:

https://doi.org/10.5007/1808-1711.2017v21n3p411

Resumen

Decorre actualmente um acesso debate entre filósofos naturalistas e filósofos não-naturalistas em torno da questão da intuição. Num primeiro momento, fazemos uma breve análise crítica desse debate, apresentando os argumentos que os filósofos naturalistas utilizam para atacar o pretenso método intuicionista utilizado pelos filósofos não-naturalistas. Num segundo momento, passamos em revista a proposta de solução que consiste em tentar reduzir a metafísica a uma mera tarefa descritiva, concluindo, todavia, que não é satisfatória. Num terceiro momento, descrevemos posições ‘estilísticas’ que defendem que os termos ‘intuição’ e seus derivados desempenham uma função retórica em filosofia, ou reflectem um uso descuidado do vocabulário. Embora parcialmente correctas, tentamos demonstrar que são insuficientes para erradicar a pretensa importância da intuição em filosofia. Por fim, apresentamos o nosso próprio ponto de vista acerca da questão em apreço: a intuição não desempenha um papel relevante em filosofia, nem metodológico nem de teor retórico. O debate actual assenta num mal-entendido: uma partição rígida entre a priori e a posteriori, entre razão e experiência, entre filosofia e ciência.

Biografía del autor/a

Cláudia Ribeiro, CFCUL (Centro para a Filosofia Das Ciências da Universidade de Lisboa)

Doutorada em História e Filosofia das Ciências pelo  CFCUL (Centro para a Filosofia Das Ciências da Universidade de Lisboa)

Publicado

2018-05-07

Número

Sección

Articles