O Papel Epistemológico da Consciência nas Meditações de Descartes

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/1808-1711.2021.e75658

Resumen

O artigo discute o papel epistemológico da consciência nas Meditações sobre filosofia primeira de René Descartes, mais especificamente, discute-se a consciência do ponto de vista da verdade de suas crenças no contexto da hipótese cética do supremo enganador. Em primeiro lugar, argumenta-se que o processo de descoberta da própria existência enquanto coisa que pensa na Meditação II é consistente do ponto de vista da fiabilidade da consciência. Suas atividades possibilitam – na presente interpretação – a intuição do cogito de modo não problemático diante enganador. Em segundo lugar, argumenta-se que não há, nas Meditações, um argumento sólido em favor da verdade das crenças da consciência sobre os estados e atividades mentais particulares. Descartes não pode distinguir seguramente entre seus pensamentos, no contexto dessa hipótese cética, para prosseguir com seu itinerário. No fim, quatro interpretações que poderiam ser indicadas como respostas para a dificuldade apontada são questionadas.

Biografía del autor/a

Vinícius França Freitas, Universidade Federal de Minas Gerais

Possui graduação em Filosofia (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal de Uberlândia (2010), mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2012) e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pela Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne (2017). Atualmente, é pós-doutorando (PNPD/CAPES) na Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente, é pós-doutorando (PNPD/CAPES) na Universidade Federal de Minas Gerais.

Citas

ALANEN, L. 2014. The Second Meditation and the Nature of the Human Mind. In: The Cambridge Companion to Descartes’ Meditations. David Cunning (editor). Cambridge e New York: Cambridge University Press, p.88-106.

AQUILA, R. 1988. The Cartesian and a Certain ‘Poetic’ Notion of Consciousness. In: Journal of the History of Ideas. Volume IL, número 4, p.543-562.

AUDI, R. 1974. The Limits of Self-Knowledge. In: Canadian Journal of Philosophy. Volume IV, número 2, p.253-267.

BEYSSADE, J. 2001. Descartes au fil de l’ordre. Paris: Presses Universitaires de France.

BONJOUR, L. 1985. The Structure of Empirical Knowledge. Cambridge, Massachusetts and London: Harvard University Press.

BROUGHTON, J. 2008. Self-knowledge. In: A Companion to Descartes. Janet Broughton e John Carriero (editores). Malden / Oxford / Victoria: Blackwell Publishing, p.179-195.

CURLEY, E. 1978. Descartes against the Skeptics. Cambridge: Harvard University Press.

CURLEY, E. 2006. The Cogito and the Foundations of Knowledge. In: The Blackwell Guide to Descartes’ Meditations. Stephen Gaukorger (Editor). Malden / Oxford / Victoria: Blackwell Publishing, p.30-47.

DELLA ROCCA, M. 2005. Descartes, the Cartesian Circle, and Epistemology without God. In: Philosophy and Phenomenological Research. Volume LXX, número 1, p.01-33.

DELLA ROCCA, M. 2006. Judgment and Will. In: The Blackwell Guide to Descartes’ Meditations. Stephen Gaukorger (Editor). Malden / Oxford / Victoria: Blackwell Publishing, p.142-159.

DESCARTES, R. 2004. Meditações sobre filosofia primeira. Edição bilíngue. Fausto Castilho (Tradutor). Campinas: UNICAMP.

DESCARTES, R. 2006. Meditations, Objections and Replies. Roger Ariew e Donald Cress (editores e tradutores). Indianapolis / Cambridge: Hackett Publishing Company.

DESCARTES, R. 1904. Oeuvres de Descartes: Meditationes de Prima Philosophia. Volume VII. Charles Adams e Paul Tannery (editores). Paris: Léopold Cerf.

DONEY, W. 1955. The Cartesian Circle. In: Journal of the History of Ideas. Volume XVI, número 3, p.324-338.

FAYE, E. 2012. Descartes e a consciência em La Recherche de la Verité par la Lumière Naturelle. A. C. Armond, F. J. Fernandes e F. Linhares (Tradutores). In: Educação e filosofia. Volume XXVI, número 51, p.145-162.

FELDMAN, F. 1975. Epistemic Appraisal and the Cartesian Circle. In: Philosophical Studies. Volume XXVII, número 1, p.37-55.

GEWIRTH, A. 1941. The Cartesian Circle. In: The Philosophical Review. Volume L, número 4, p.368-395.

GEWIRTH, A. 1970. The Cartesian Circle Reconsidered. In: The Journal of Philosophy. Volume LXII, número 29, p.668-685.

GUEROULT, M. 1953. Descartes Selon l’Ordre des Raisons. Volume I. Paris: Éditions Aubier-Montaigne.

HENNING, B. 2007. Cartesian Conscientia. In: British Journal for the History of Philosophy.Volume XV, número 3, p.455-484.

HINTIKKA, J. 1962. Cogito Ergo Sum: Inference or Performance? In: The Philosophical Review. Volume LXXI, número 1, p.3-32.

HINTIKKA. 1963. Cogito, Ergo Sum as an Inference and a Performance. In: The Philosophical Review. Volume LXXII, número 4, p.487-496.

KAMBOUCHNER, D. 2009. Identification d’une pensée: le cogito de Hintikka. In: Revue Internationale de Philosophie. Volume IV, número 250, p.405-422.

KENNY, A. 1968. Descartes: a Study of his Philosophy. New York: Random House.

LAHTEENMAKI, V. 2007. Orders of Consciousness and Forms of Reflexivity in Descartes. In: Consciousness: From Perception to Reflection in the History of Philosophy. Sara Heinämaa, Vili Lähteenmäki e Pauliina Remes (editores). Springer: Dortrecht, p.177-202.

MCRAE, R. 1972. Descartes’ Definition of Thought. In: Cartesian Studies. R. J. Butler (editor). Oxford: Basil Blackwell, p.55-70.

NADLER, S. 2011. Consciousness Among the Cartesians. In: Studia Leibnitiana. Volume XIIIL, número 2, p.132-144.

NADLER, S. 2006. The Doctrine of Ideas. In: The Blackwell Guide to Descartes’ Meditations. Stephen Gaukorger (Editor). Malden / Oxford / Victoria: Blackwell Publishing, p.86-103.

PATTERSON, S. 2008. Clear and Distinct Perception. In: A Companion to Descartes. Janet Broughton e John Carriero (editores). Malden / Oxford / Victoria: Blackwell Publishing, p.216-234.

PEACOCKE, C. 2014. The Mirror of the World: Subjects, Consciousness & Self-Consciousness. Oxford: Oxford University Press.

RADNER, D. 1988. Thought and Consciousness in Descartes. In: Journal of the History of Philosophy. Volume XXVI, número 3, p.439-452.

RAGLAND, C. & FULMER, 2016. E. Against the New Cartesian Circle’. In: Canadian Journal of Philosophy. Volume XVIIL, p.66-74.

REID, T. 2002. Essays on the Intellectual Powers of Man. Derek Brookes (Editor). Edinburgh: Edinburgh University Press.

STRAEHLI, B. 2012. Conscience et réflexion chez Descartes. In: Revue Philosophique de Louvain. Troisième série, tomo 110, número 2, p.203-229).

THOMAS, J. 2009. The Minds of the Moderns. London / New York, Routledge.

VAN CLEVE, J. 1979. Foundationalism, Epistemic Principles, and the Cartesian Circle. In: The Philosophical Review. Volume LXXXVIII, número 1, p.55-91.

WILLIAMS, B. 2005. Descartes. The Project of Pure Enquiry. London e New York: Routledge.

WILSON, M. 2005. Descartes. London e New York: Routledge.

Publicado

2021-12-15

Número

Sección

Articles