Ignorância Proposicional e Proposições Falsas

Autores/as

  • Lucas Jairo Cervantes Bispo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1808-1711.2022.e84745

Palabras clave:

Epistemology, propositional ignorance, standard view, new view, false propositions, reformulation

Resumen

Neste trabalho discuto a natureza e a estrutura de análise da ignorância proposicional. Meu objetivo é de apontar que, em primeiro lugar, diferentemente de como ao menos duas das principais concepções da epistemologia da ignorância têm pressuposto, a análise da ignorância proposicional não se reduz a estrutura “S é ignorante que P” ou variantes semelhantes a esta estrutura. Ao lerem a ignorância proposicional reduzida em termos de “S é ignorante que P”, essas concepções não fazem a melhor análise da ignorância proposicional. Isto porque, por um lado, geram um problema que se refere a uma possibilidade pouco trabalhada. Trata-se da possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e o problema, como será mostrado, é que nessa redução há boas razões tanto para afirmar como para negar essa possibilidade. Isso se constitui, no mínimo, como uma tensão teórica relevante que pode comprometer essas concepções e as análises realizadas a partir delas. Por outro lado, essa redução exclui ao menos um sentido geral e não necessariamente factivo de ignorância proposicional, o que nos priva de uma análise mais adequada da ignorância e de outros temas relacionados. Tendo esse problema e os seus desdobramentos em vista, apontarei, em segundo lugar, para uma hipótese que tem o potencial de dissolvê-lo a partir da reformulação de como compreendemos a ignorância proposicional, herdando as vantagens das razões a favor e das razões contra a possibilidade da ignorância sobre proposições falsas e superando as objeções levantadas contra elas.

 

Citas

Bispo, L. J. C. 2021. Sobre a natureza da ignorância: Ausência de conhecimento ou ausência de crença verdadeira? Intuitio 14(2): e40050.

Davis, W. 2019. Implicature. In: E. N. Zalta (ed.), The Stanford Encyclopedia of Philosophy. https://plato.stanford.edu/archives/fall2019/entries/implicature. Acesso: 13.04.2021.

Fields, L. 1994. Moral Beliefs and Blameworthiness. Philosophy 69(4): 397-415.

Goldman, A. I. & Olsson, E. J. 2009. Reliabilism and the Value of Knowledge. In: D. Pritchard; A. Millar; A. Haddock (ed), Epistemic Value, p. 19-42. Oxford: Oxford University Press.

Goldman, A. 1986. Epistemology and Cognition. Cambridge, MA: Harvard University Press.

Guerrero, A. A. 2007. Don’t Know, Don’t Kill: Moral Ignorance, Culpability, and Caution. Philosophical Studies 136(1): 59-97.

Haas, J. & Maria, K. V. 2015. Ignorance and Investigation. In: M. Gross & L. McGoey (ed.), Routledge International Handbook of Ignorance Studies, p. 17–25. London/New York: Routledge.

Hazlett, A. 2012. Factive presupposition and the truth condition on knowledge. Acta Analytica 27(4): 461-478.

Haack, S. 2001. “The Ethics of Belief” Reconsidered. In: M. Steup (ed.), Knowledge, Truth, and Duty: Essays on Epistemic Justification, Responsibility, and Virtue, p. 21-33. New York: Oxford University Press.

Kubyshkina, E. & Petrolo, M. 2019. A logic for factive ignorance. Synthese 198(6): 5917-5928.

Kyle, B. G. 2020. Truth and ignorance. Synthese 198(8): 7739-7762.

Le Morvan, P. 2013. Why the Standard View of Ignorance Prevails. Philosophia (United States) 41(1): 239-256.

Le Morvan, P. 2012. On Ignorance: A Vindication of the Standard View. Philosophia 40(2): 379-393.

Le Morvan, P. 2011. On Ignorance: A Reply to Peels. Philosophia 39(2): 335-344.

Mercier, H. & Sperber, D. 2017. The enigma of reason. Harvard University Press.

Nottelmann, N. 2016. The varieties of ignorance. In: R. Peels & M. Blaauw (ed.), The Epistemic Dimensions of Ignorance, p. 33-56. Cambridge: Cambridge University Press.

Peels, R. & Pritchard, D. 2021. Educating for Ignorance. Synthese 198(8): 7949-7963.

Peels, R. & Le Morvan, P. 2016. The Nature of Ignorance: two views. Em: R. Peels & M. Blaauw (ed.), The Epistemic Dimensions of Ignorance, p. 12-32. Cambridge: Cambridge University Press.

Peels, R. (ed). 2016. Perspectives on Ignorance From Moral and Social Philosophy. New York: Routledge.

Peels, R. 2012. The New View on Ignorance Undefeated. Philosophia (United States) 40(4): 741-750.

Peels, R. 2011. Ignorance is Lack of True Belief: A Rejoinder to Le Morvan. Philosophia 39(2): 345-355.

Peels, R. 2010. What is ignorance? Philosophia 38(1): 57-67.

Pritchard, D. 2021. Ignorance and Inquiry. American Philosophical Quarterly 58(2): 111-124.

Van Der Hoek, W. & Lomuscio, A. 2004. A Logic for Ignorance. In: J. Leite; A. Omicini; L. Sterling; P. Torroni (ed.), Declarative Agent Languages and Technologies. DALT 2003. Lecture Notes in Computer Science, vol. 2990. Berlin/Heidelberg: Springer.

Woudenberg, R. V. 2009. Ignorance and Force: Two Excusing Conditions for False Beliefs. American Philosophical Quarterly 46(4): 373-386.

Zimmerman, M. J. 1988. An Essay on Moral Responsibility. Totowa, NJ: Rowman and Littlefield.

Publicado

2022-06-07

Número

Sección

Special Issue: Models and Modeling in the Sciences