Ausência de Amostras de Eka-Elementos: Por uma Teoria Híbrida da Referência dos Termos de Espécies Químicas
DOI:
https://doi.org/10.5007/1808-1711.2025.e97240Palavras-chave:
Teoria Híbrida da Referência, Divisão do Trabalho Linguístico, Fundamentação, Ausência de Amostras, Espécies Químicas, Eka-ElementosResumo
Neste artigo, argumento a favor de uma teoria híbrida da referência dos termos de espécies químicas como um desiderato para dar sentido à nossa complexa relação com as espécies químicas que emerge da análise de práticas científicas reais. O fluxo do trabalho é o seguinte. Introduzo o assunto apresentando as virtudes e os problemas das teorias causais e descritivistas. Então apresento a divisão do trabalho linguístico proposta por Putnam como um exemplo de uma explicação causal satisfatória do empréstimo da referência. Em seguida, ofereço um relato pessoal do caso paradigmático de fundamentação dos termos de espécies naturais por especialistas através do exemplo de um aprendiz de química. Por fim, considero o problema da ausência de amostras através da análise de um episódio da história das ciências envolvendo termos de espécies químicas. Estes foram introduzidos por Mendeleev para nomear elementos químicos por ele teoricamente previstos com o auxílio da lei periódica. É amplamente aceito que estes elementos foram posteriormente isolados e caracterizados experimentalmente por outros cientistas naturais. A minha conclusão é que se partimos dos nossos julgamentos pré-teóricos de que os termos para eka-elementos e os termos para os elementos descobertos posteriormente são correferenciais, então o único modo possível de dar sentido às previsões significativamente corretas de Mendeleev é admitir que pelo menos alguns termos de espécies químicas podem ser introduzidos descritivamente sem o contato direto com amostras.
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