Livre-arbítrio e a relação mente e cérebro em Benjamin Libet

Autores

  • Jonas Gonçalves Coelho Universidade Estadual Paulista - UNESP

DOI:

https://doi.org/10.5007/1808-1711.2014v18n1p153

Resumo

O meu objetivo é refletir criticamente sobre o modo como Benjamim Libet interpreta os experimentos por ele realizados, os quais têm como foco principal a questão do livre-arbítrio. Esses experimentos têm sido frequentemente considerados como uma prova científica contra o livre-arbítrio, na medida em que teriam mostrado que a intenção e a vontade conscientes resultam de processos cerebrais, os quais, por serem inconscientes e anteriores, não poderiam ser controlados por essa mesma vontade. Mas não é essa a posição de Libet, que distingue a intenção e a vontade consciente, postulando que apenas a primeira resulta de processos cerebrais anteriores e inconscientes, enquanto que a segunda é autônoma em relação ao cérebro, ao mesmo tempo em que pode agir causalmente sobre este. Desse modo, Libet prefere ignorar a sugestão inicial de seus experimentos, ou seja, a de que todo evento mental resulta ou é efeito de processos cerebrais específicos. Argumento que Libet a ignora por não ser capaz de entender a partir dela como os eventos mentais, sendo resultantes da atividade cerebral, poderiam agir causalmente sobre o cérebro.

Biografia do Autor

Jonas Gonçalves Coelho, Universidade Estadual Paulista - UNESP

Professor Livredocente de Filosofia do Departamento de Ciências Humanas da UNESP de Bauru e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da UNESP de Marilia.

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Publicado

2014-05-01

Edição

Seção

Artigos