David Hume e o hiato entre o ponto e a linha: os princípios da dimensão espacial

Autores

  • Marcos César Seneda Universidade Federal de Uberlândia

DOI:

https://doi.org/10.5007/1808-1711.2021.e81397

Resumo

Esse artigo pretende apresentar o princípio da cópia a partir da execução do princípio da separabilidade, com o objetivo de dilucidar as discussões levadas a cabo por Hume na compreensão da composição do espaço e de suas implicações para as ciências que operam com construções espaciais. O ganho epistêmico singular aqui está em se fazer isso no interior de um modelo de empirismo. Posto que há vários descompassos no modo de analisar o complexo e dele extrair seus elementos simples, como será exemplificado aqui, procuraremos mostrar que é inteiramente diferente separar o complexo em vista de suas qualidades simples, e decompor o complexo para se determinar suas quantidades simples. Por conseguinte, procuraremos mostrar como Hume precisou recriar o seu próprio modelo cognitivo, fortemente embasado no registro de nossas percepções, para poder conceber com ele a composição do espaço e as operações da geometria que têm de lhe fazer referência.

Biografia do Autor

Marcos César Seneda, Universidade Federal de Uberlândia

Pesquisador bolsista do CNPq. Doutor em Filosofia pela UNICAMP. Professor Associado do Instituto de Filosofia (IFILO) e do Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU). E-mail: mseneda@ufu.br

Referências

Bayle, Pierre. 1740. Dictionaire historique et critique. [Verbete sobre Zenon d’Elée, 4º v.]. 5eme Édition. Amsterdam, Leyde, La Haye, Utrecht: P. Brunel. 4 vols. in-folio. [Essa edição é uma cópia daquela de 1730; a paginação é a mesma].

Baxter, Donald L. M. 2008. Hume’s Theory of Space and Time in Its Skeptical Context. In: David Fate Norton; Jacqueline Taylor (ed.). Cambridge Companion to Hume, p. 105-46. 2nd Edition. Cambridge: Cambridge University Press.

Beck, Lewis White. 1978. A Prussian Hume and a Scottish Kant. In: Essays on Kant and Hume, p.111-29. New Haven and London: Yale University Press.

Cachel, Andrea. 2017. A ideia de espaço no Tratado da Natureza Humana, de Hume. Philósophos, 22(1): 11-36.

Chambers, Ephraim. 1741. Cyclopaedia: or, an Universal Dictionary of Arts and Sciences. London: for James Knapton, John Darby [etc.]. Cyclopædia, or, An universal dictionary of arts and sciences (2 Volumes) - Full view - UWDC - UW-Madison Libraries (wisc.edu) Acesso: 18/01/2021.

Cummins, Phillip.1990. Bayle, Leibniz, Hume and Reid on Extension, Composites and Simples. History of Philosophy Quarterly, 7(3): 299-314.

Euclides. 2009. Os Elementos. Tradução e Introdução de Irineu Bicudo. São Paulo: Editora Unesp.

Flage, Daniel E. 1981. Hume’s Relative Ideas. Hume Studies, 7(1): 55-73.

Frasca-Spada, Marina. 1997. Reality and coloured points in Hume’s Treatise. Part 1: Coloured points. British Journal for the History of Philosophy, 5(2): 297-319.

Frasca-Spada, Marina. 1998a. Space and the self in Hume’s Treatise. Cambridge: Cambridge University Press.

Frasca-Spada, Marina. 1998b. Reality and coloured points in Hume’s Treatise. Part 2: Reality. British Journal for the History of Philosophy, 6(1): 25-46.

Garrett, Don. 2008. Hume’s theory of ideas. In: Elizabeth S. Radcliffe (ed.). A Companion to Hume, p.41-57. Malden: Blackwell Scientific Publishing.

Hume, David. 2001. Tratado da natureza humana: uma tentativa de introduzir o método experimental de raciocínio nos assuntos morais. Tradução de Débora Danowski. 2 ed. rev. e ampliada. São Paulo: Editora da Unesp; Imprensa Oficial do Estado.

Hume, David. 2007. A Treatise of Human Nature: a critical edition. Editado por David Fate Norton, Mary J. Norton. Vol. 1: Texts. Oxford: Clarendon.

Hume, David. 1999. Uma investigação sobre o entendimento humano. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora da Unesp.

Hume, David. 2007. An enquiry concerning human understanding. Edição, introdução e notas por Peter Millican. New York: Oxford University Press.

Kant, Immanuel. 1983. Prolegomena zu einer jeden künftigen Metaphysik die als Wissenschaft wird auftreten können. In: KANT, Immanuel. Werke in zehn Bänden. 5. Aufl. Hrsg. von Wilhelm Weischedel. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft. Bd. 5.

Kemp Smith, N. 1941. The philosophy of David Hume. A critical study of its origins and central doctrines. London: Macmillan.

Klaudat, André. 1997. A natureza do projeto filosófico em Hume. Manuscrito, 20(2): 95-121.

Locke, John. 2014. Ensaio sobre o entendimento humano. Introdução, notas e coordenação da tradução de Eduardo Abranches de Soveral. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Newman, Rosemary. 1981. Hume on Space and Geometry. Hume Studies, 7(1): 1-31.

Norton, David Fate & Norton, Mary. 2007. David Hume. A Treatise of Human Nature: a critical edition. Vol. 2: Material editorial. Oxford: Clarendon.

Pappas, George S. 1989. Abstract General Ideas in Hume. Hume Studies, 15(2): 339-52.

Waxman, Weyne. 2008. Hume and the origin of our ideas of space and time. In: Elizabeth S. Radcliffe (ed.). A Companion to Hume, p.72-88. Malden: Blackwell Scientific Publishing.

Downloads

Publicado

2021-12-15

Edição

Seção

Artigos