A performance técnica está relacionada com a distância percorrida em jogos de futsal da categoria sub-19?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-0037.2019v21e58785

Resumo

O objetivo do presente estudo foi quantificar a demanda física, em termos de distância percorrida, e verificar a relação com o desempenho técnico durante partidas simuladas de futsal em atletas da categoria sub-19. Participaram do estudo 16 jogadores de nível estadual. Foram realizadas duas partidas simuladas, sendo a demanda física quantificada pela distância total percorrida, distância percorrida por minuto e distância em diferentes intensidades. Ainda, analisou-se variáveis de desempenho técnico durante as partidas. A distância total percorrida foi, em  média, de 3259,97 ± 180,27 m, com média 113,26 ± 6,11 m/min. Aproximadamente 26% da distância total foi percorrida em ações de alta intensidade (i.e., >15 km/h), com decréscimo significativo destas ações no segundo tempo dos jogos (p<0,05). Não foram observadas correlações significativas entre as variáveis de demanda física e as variáveis de desempenho técnico. Contudo, verificou-se correlações positivas classificadas como “fortes” da variável técnica finalização errada por atleta no jogo com a distância total percorrida no jogo (r=0,54; p=0,06), distância percorrida em alta intensidade (r=0,51; p=0,09) e com a distância percorrida em sprints (r=0,56; p=0,06). Este estudo demonstrou que partidas simuladas de futsal, realizadas com atletas da categoria sub-19, apresentam uma elevada demanda física, com valores de distância percorrida por minuto e percorrida em diferentes faixas de intensidade semelhantes aos encontrados em atletas brasileiros profissionais durante jogos oficiais. Não se observou correlações significativas entre o desempenho físico e o desempenho técnico durante as partidas; contudo, foram obtidas correlações classificadas como “fortes” da variável finalização errada com a distância total e com a distância percorrida em alta intensidade, sugerindo que a eficácia das finalizações é influenciada pela intensidade do jogo. 

Referências

Dogramaci SN, Watsford ML, Murphy AJ. Time motion analysis of international and national level futsal. J Strength Cond Res 2011; 25(3): 646-51.

Barbero-Álvarez JC, Soto VM, Barbero-Álvarez V, Granda Vera J. Match analysis and heart rate of futsal players during competition. J Sports Sci 2008; 26(1): 63-73.

Dogramaci SN, Watsford ML. A comparison of two different methods for time-motion analysis in team sports. Int J Perform Anal Sport 2006; 6(1): 73-83.

Bueno MJO, Caetano FG, Pereira TJ, Souza NM, Moreira GD, Nakamura FY, Cunha SA, et al. Analysis of the distance covered by Brazilian professional futsal players during official futsal matches. Sports Biomech 2014; 13(3): 230-40.

Castagna C, D’Ottavio S, Granda Vera J, Barbero-Álvarez JC. Match demands of professional Futsal: A case study. J Sci Med Sport 2009; 12(4): 490-4.

Dogramaci SN, Watsford ML, Murphy AJ. Activity Profile Differences Between Sub-elite Futsal Teams. J Sports Med Phys Fitness 2015; 8(2): 112-23.

Milioni F, Vieira LH, Barbieri RA, Zagatto AM, Nordsborg NB, Barbieri F, dos-Santos JW, et al. Futsal match-related fatigue affects running performance and neuromuscular parameters but not finishing kick speed or accuracy. Front Physiol 2016; 7(7): 518.

Caetano FG, Bueno MJO, Nakamura FY, Cunha SA, Moura FA. Characterisation of the sprints performed by professional futsal players during official matches. J Appl Biomech 2015; 31(6): 423-9.

Costa I, Greco P, Garganta J, Costa V, Mesquita I. Ensino-aprendizagem e treinamento dos comportamentos tático-técnicos no futebol. Rev Mackenzie Edu Fís Esporte 2010, 9 (2): 41-61,

Miloski B, Pinho JP, Freitas CG, Marcelino PR, Arruda AF. Quais ações técnico-táticas realizadas durante as partidas de futsal podem discriminar o resultado de vitória ou derrota? Rev Bras Edu Fís Esporte 2014; 28(2): 203-9.

Makaje N, Ruangthai R, Arkarapanthu A, Yoopat P. Physiological demands and activity profiles during futsal match play according to competitive level. J Sports Med Phys Fitness Fitness 2012; 52(4): 366-74.

Serrano J. The importance of sports performance factors and training contents from the perspective of futsal coaches. J Hum Kinet 2013; 38: 151-60.

Vieira LHP, Doğramaci SN, Barbieri RA, Moura FA, Andrade VL, Cesar GM, et al. Preliminary results on organization on the court, physical and technical performance of Brazilian professional futsal players: comparison between friendly pre-season and official match. Motriz 2016; 22(2): 80-92.

Carling C, Dupont G. Are declines in physical performance associated with a reduction in skill-related performance during professional soccer match play? J Sports Sci 2011; 29(1): 63-71.

Figueroa PJ, Leite NJ, Barros RML. Background recovering in outdoor image sequences. Image Vision Comput 2006; 24(4): 363–74.

Hopkins WG. A new view of statistics, 2002. (http://www.sportsci.org).

Krustrup P, Mohr M, Amstrup T, Rysgaard T, Johansen J, Steensberg A, et al. The Yo-Yo intermittent recovery test: Physiological response, reliability and validity. Med Sci Sports Exerc 2003; 35(4): 697-05.

Dal Pupo J, Detanico D, Santos, SG. The fatigue effect of a simulated futsal match protocol on isokinetic knee torque production. Sports Biomech 2014; 13: 332-40.

Twist C, Eston R. The effects of exercise-induced muscle damage on maximal intensity intermittent exercise performance. Eur J Appl Physiol 2005; 94: 652–58.

Bangsbo J, Norregaard L, Thorsoe F. Activity profile of competition soccer. Canadian J Sports Sci 1991; 16: 110-16.

Downloads

Publicado

2019-12-31

Edição

Seção

Artigos Originais