Correlação de parâmetros de composição corporal utilizando diferentes métodos entre adultos obesos brasileiros
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-0037.2019v21e60539Resumo
Dados comparando medidas antropométricas, análise de impedância bioelétrica (BIA) e parâmetros de absorciometria de raios-X de dupla energia (DXA) são de alguma forma limitados e conflitantes. O objetivo deste estudo foi correlacionar parâmetros antropométricos de BIA e de DXA entre adultos obesos brasileiros, com foco na comparação com tecido adiposo visceral (TAV) obtido na DXA e no valor das medidas antropométricas. Cinquenta participantes voluntários foram inscritos. O teste de correlação de Spearman foi utilizado para avaliar a correlação do TAV com medidas antropométricas, da BIA e de outros parâmetros da DXA. O coeficiente de correlação intra-classe (ICC) foi usado para avaliar a concordância entre massa magra (MM), massa gorda (MG), % de gordura corporal (%GC) e % de gordura corporal na parte superior do corpo (%GSC) obtidos por BIA e DXA. A maioria era do sexo feminino (80%) e apresentava índice de massa corporal médio (IMC) de 39,0 (± 6,4) kg / m2. As únicas medidas antropométricas que mostraram uma forte correlação com o TAV foram a circunferência abdominal (CA) e a relação cintura / estatura (RCE), mas apenas no sexo feminino. Houve uma correlação muito boa para MM [ICC = 0,951 (IC = 0,913 - 0,972)], MG [ICC = 0,987 (IC = 0,977 - 0,993)], % GC [ICC = 0,961 (IC = 0,931-0,978)], e % GSC [ICC = 0,873 (IC = 0,776 - 0,928)], entre os dados coletados através de BIA e DXA. Dentre as medidas antropométricas avaliadas, apenas a CA e a RCE parecem estimar pacientes com distribuição de gordura abdominal e maior TAV no sexo feminino. A DXA e a BIA mostraram-se semelhantes para a avaliação de MM, MG,% GC e % GSC, embora a DXA tenha a vantagem de estimar o VAT.
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