Validação de equações antropométricas e de impedância bioelétrica para a estimativa da composição corporal em idosos

Autores

  • Cassiano Ricardo Rech UFSC

DOI:

https://doi.org/10.1590/%25x

Resumo

Evidências apontam que são poucas as informações sobre métodos válidos para a estimativa da composição corporal em idosos no Brasil. Desse modo, o objetivo deste estudo foi analisar a validade cruzada de equações antropométricas e de impedância bioelétrica (IB) para a estimativa da gordura corporal (%G) e da massa livre de gordura (MLG) em idosos. Fizeram parte da amostra 60 homens e 120 mulheres, com idade entre 60 e 81 anos. A medida-critério adotada foi a Absortometria de Radiológica de Dupla Energia (DEXA), por meio de obtida por meio de um “scan” de corpo inteiro, utilizando um aparelho LUNAR PRODIGY DF+ 14319 Radiation (Madison, WI), com um software versão 7.52.002 DPX-L. Foram mensuradas as variáveis antropométricas (massa corporal, estatura, perímetros corporais e espessura de dobras cutâneas), de IB (reactância e resistência). Para análise da IB, foi utilizado um analisador Tetrapolar Biodinamics (Modelo-BF310). Analisou-se a validade cruzada de 20 equações antropométricas e 8 equações de IB. Para as equações que estimam a densidade corporal, utilizaram-se a equação de Siri (1961) e a equação adaptada por Deurenberg et al., (1989) para conversão em %G. As análises foram realizadas no pacote estatístico SPSS versão 11.5 (p<0,05). Os critérios de validação cruzada sugeridos por Lohman (1992) e a análise gráfica das dispersões em relação ao erro médio, pelo método proposto por Bland e Altman (1986), foram utilizados. O %G médio foi de 23,1% (DP=5,8) nos homens e 37,3% (DP=6,9) nas mulheres, com uma variação entre 6% a 51,4%. As diferenças entre as estimativas das equações de conversão da densidade corporal em %G não foram significativas (p<0,05). As equações antropométricas generalizadas desenvolvidas por Tran e Weltman (1988) e Deurenberg et al., (1991) mostraram-se válidas para a estimativa do %G de homens idosos, apresentando um erro padrão de estimativa (EPE) entre 3,2% e 3,5% e uma correlação significativa r= 0,78 e r= 0,74, respectivamente, com a medida critério. Em relação ao grupo de mulheres idosas, foram válidas as equações antropométricas generalizadas de Durnin e Womersley (1974), Tran e Weltman (1988) e a equação específica de Gonçalves (2004). As mesmas apresentaram um EPE entre 3,26% e 3,50% , com um erro constante entre - 1,2% e 1,9%. Para a estimativa da MLG, as equações de Kyle et al., (2001), Dey et al., (2003) e Sun et al., (2003) não diferem estatisticamente da medida da DEXA em homens, tendo um erro constante entre - 0,7kg e 2,5kg. Já para mulheres, as equações de Kyle et al., (2001) e Dey et al., (2003) mostraram-se válidas (EC entre 0,3kg e 2,7kg). Em relação à análise das categorias de índice de massa corporal (IMC), as equações de Tran e Weltman (1988) e Durnin & Womersley (1974) superestimam o %G em homens com IMC<25kg/m2. O mesmo aconteceu com a equação de Gonçalves (2004) em mulheres idosas, demonstrando que nesses grupos específicos de idosos essas equação não são válidas para a estimativa do %G. As equações de IB válidas não foram influenciadas pelas categorias de IMC. Com isso, as equações validadas no presente estudo podem ser utilizadas na população de idosos nacionais.

Biografia do Autor

Cassiano Ricardo Rech, UFSC

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Publicado

2006-10-02

Edição

Seção

Resumo de Dissertação e Teses