Qualidade de vida e força manual em pacientes HIV com diagnóstico de neurotoxoplasmose
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-0037.2019v21e59185Resumo
Atualmente a epidemia do HIV/Aids continua sendo um problema de saúde pública de ampla relevância, e quando não há uma boa aderência do paciente ao tratamento o mesmo torna-se suscetível a outras infecções como a toxoplasmose. Objetivou-se avaliar a força de preensão manual e a qualidade de vida em pacientes infectados pelo HIV com diagnóstico de neurotoxoplasmose. Foi realizado um estudo transversal com 40 pacientes infectados pelo HIV, com e sem diagnóstico de neuroxoplasmose. Foram coletadas informações sociodemográficas, perfil clínico e foram avaliadas a força de preensão manual e a qualidade de vida. Quase todos os pacientes de ambos os grupos utilizavam a terapia antirretroviral. Na avaliação de força de preensão manual não notou-se diferença estatística para a força manual direita e esquerda entre os grupos com e sem neurotoxoplasmose (p>0.05). Contudo, a classificação de inadequado para a força manual no grupo com neurotoxoplasmose foi significativamente maior. Nos domínios da qualidade de vida, observou-se que a preocupação financeira apresentou menores escores no grupo com neurotoxoplasmose (p=0.0379). Observou-se que a neurotoxoplasmose não demonstrou associação com as variáveis epidemiológicas, clínicas, da força manual e da qualidade de vida. Contudo os pacientes com neurotoxoplasmose apresentaram uma tendência para menor força muscular.
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