A Cineantropometria na Educação Física brasileira (década de 1970): uma nova perspectiva de conhecimento para o campo

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1980-0037.2020v22e75281

Resumo

O presente estudo visa compreender a constituição da Cineantropometria como campo disciplinar científico na década de 1970 no Brasil. Para tanto, foi realizada uma revisão bibliográfica em nove bases de dados e no exclusivo periódico com foco específico em publicações na perspectiva da Cineantropometria, por este ser um elemento para a legitimação de uma disciplina científica. Foram identificados apenas dois estudos que tratam sobre a história da Cineantropometria como campo disciplinar. Diante desta lacuna, foram utilizadas três entrevistas com professores que organizaram os laboratórios dos cursos de Educação Física (EF), bem como uma reportagem de jornal do período. Diferentes denominações estiveram ligadas ao longo da história do campo científico da avaliação da composição corporal humana, formulando distintas percepções de corpo, como a Biometria, a Antropometria e a Cineantropometria, cada qual estabelecendo relações com o contexto sociocultural que as envolvia. Nessa complexidade para compreender uma conjectura dentro de um tempo histórico, amplia-se espaço e tempo de análise. Em países do exterior, na década de 1960, o termo Cineantropometria surge como nova forma de interpretação da avaliação da composição corporal humana, vinculado aos conhecimentos do campo da EF, pautada em movimento e anatomia. Com o contato dos pesquisadores brasileiros com cientistas dos Estados Unidos e do Canadá, este termo é importado e oferece uma possibilidade de aquisição de novas representações para a pesquisa em EF na década de 1970.

Biografia do Autor

Carolina Fernandes da Silva, Universidade Federal de Santa Catarina

 

 

Referências

Vangrunderbeek H, Claessens AC & Delheye P. Internal social processes of discipline formation: The case of kinanthropometry, European Journal of Sport Science. 2013; 13(3): 312-320. DOI: 10.1080/17461391.2011.651489.

Fourez G. A Construção das Ciências: introdução à filosofia e à ética das ciências. Rouanet LP, tradutor. 1. Ed. São Paulo: Ed. da UNESP; 1995. p. 319.

Beunen G, Borms J. Cineantropometria: raízes, desenvolvimento e futuro. Rev Br de Ciência e Movimento. 1990; 4(3): 1-15.

Stewart A. Kinanthropometry – the interdisciplinary discipline. Journal of Sport Science. 2007;25(4): 373-373. DOI: 10.1080/02640410701249107.

Fantin SR, Borba BL, Katsipis LF, Freitas AF, Silva CF. A avaliação da composição corporal humana na Educação Física: década de 1970. Diego S, organizador. Composição corporal humana na Educação Física. 1. Ed. Curitiba: CRV; 2020. p. 11-32.

Cupani A. Sobre a ciência: estudos de filosofia da ciência. 1. Ed. Florianópolis: Editora da UFSC; 2018.

Martins M, Waltortt L. Antropometria: uma revisão histórica. Petroski E, organizador. Antropometria: técnicas e padronizações. 3. Ed. Várzea Paulista, SP: Fontoura; 2011: 9-30.

Pesavento SJ. História & História Cultural. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica; 2008.

Michels G. Aspectos históricos da cineantrpometria – do mundo antigo ao renascimento. Rev Br de Cinenantropometria e Desempenho Humano. 2000;2(1): 106-110.

Mazo J. Depoimentos dos coordenadores e diretores do LAPEX. Movimento. Edição Especial. 2000a;(VI): 23-67.

Ginzburg C. Sinais: raízes de um paradigma indiciário. In Ginzburg C. Mitos, emblemas e sinais. São Paulo: Editora Schwarcz; 1989. p. 143-180.

Williams R. Palavras-chave: um vocabulário de cultura e sociedade. Vasconcelos SG, tradutor. São Paulo: Boitempo; 2007.

Vigarello G. Treinar. In Corbin A, Courtine JJ, Vigarello G. História do corpo: da Revolução à Grande Guerra. Petrópolis, RJ: Vozes, 2012. p. 197-250.

Petroski E. Antropometria: técnicas e padronizações. 3. Ed. Blumenau, SC: Nova Letra; 2007.

Geertz C. Nova luz sobre a antropologia. Rio de Janeiro: Zahar; 2001.

Hessen J. Teoria do conhecimento. Correia A, tradutor. 1. ed. Coimbra: Arménio Amado; Brasil: Martins Fontes; 2000.

Twietmeyer G. What is Kinesiology? Historical and Philosophical Insights. Quest. 2012;64(1):4-23.

Downloads

Publicado

2020-11-25

Edição

Seção

Artigos de Revisão