Indicadores de composição corporal na predição de risco de síndrome metabólica em crianças de seis a 10 anos de idade
DOI:
https://doi.org/10.1590/1980-0037.2023v25e85289Palavras-chave:
Composição corporal, Síndrome metabólica, CriançaResumo
Objetivou-se desenvolver percentis de indicadores de composição corporal e determinar pontos de corte para predizer o risco de síndrome metabólica (SM) em crianças de seis a 10 anos de idade. Estudo epidemiológico de corte transversal, de base populacional, com participação de 1480 escolares de seis a 10 anos de idade. A avaliação antropométrica (massa corporal, estatura e dobras cutâneas) e a aferição da pressão arterial foram realizadas nas escolas. O índice de massa corporal (IMC) bem como o percentual de gordura (%GC), percentual de massa magra (%MM), massa corporal gorda (MCG) foram calculados de acordo com fórmulas padronizadas para crianças. A coleta de sangue para avaliar o perfil lipídico e glicêmico também foi realizada na escola, em dias e horários pré-estabelecidos. O diagnóstico da SM foi determinado com base em alterações nos triglicerídeos, HDL-c, glicemia, perímetro de cintura e pressão arterial. O método LMS foi utilizado para desenvolver os percentis, a área sob a curva ROC (AUC) para identificar a acurácia dos indicadores e a sensibilidade e especificidade para determinar os pontos de corte. MCG e %GC apresentaram valores significativamente superior nas meninas e também valores inferiores para a MCM em relação aos meninos (p<0,05). Os indicadores de composição corporal, IMC, MCG e %GC apresentaram acurácia na predição do risco de SM para ambos os sexos em todas as idades. Os principais indicadores de composição corporal para predição do risco de SM, em ambos os sexos, foram o IMC, %GC e MCG. Esses achados sugerem que medidas antropométricas simples, que podem ser realizadas na prática clínica, tem potencial para direcionar ações não medicamentosas.
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