Corpos dissidentes, plataformização e vigilância algorítmica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n1104289

Resumo

Atentas aos riscos e limites da cultura da conectividade (Van DIJCK, 2013), as contribuições desta Seção Temática inserem-se nesse debate ao problematizar como a plataformização da vida e os dispositivos algorítmicos atuam como ferramentas de controle, mas também como espaços de contestação. A Seção Temática é composta por seis (6) artigos de autoria de pessoas feministas de distintas áreas de conhecimento, como Antropologia, Comunicação Social, Artes Visuais, Educação e Serviço Social. Os artigos desta Seção Temática, inspirados em Michel Foucault (1979), investigam como os mecanismos de rastreamento de dados e os algoritmos presentes nas plataformas digitais moldam os dispositivos de sexualidade e gênero, especialmente no contexto do Sul Global, onde corpos racializados, generificados e dissidentes são submetidos a formas particulares de vigilância e controle.

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Biografia do Autor

Larissa Pelúcio, Universidade Estadual Paulista (Unesp)

É livre-docente em Estudos de Gênero, Sexualidade e Teorias Feministas (2019) e professora Associada na UNESP-Bauru (Universidade Estadual Paulista), onde leciona Antropologia. Credenciada no Programa de Pós-Graduação em Comunicação da FAAC-UNESP, realizou pós-doutorados no Núcleo de Estudos de Gênero Pagu e na Université Paris 8. Líder do Grupo de Pesquisa Transgressões (CNPq), investiga corporalidades, gênero, sexualidade e mídias contemporâneas. Autora dos livros Abjeção e Desejo e Amor em Tempos de Aplicativos (Annablume/Fapesp), além de artigos sobre teorias decoloniais, feminismos e tecnopolíticas. Bolsista Produtividade (PQ2).

Bruna Andrade Irineu, Universidade Federal de Mato Grosso - UFMT.

É Professora Associada no Departamento de Serviço Social dos Programas de Pós-Graduação em Política Social e em Saúde Coletiva na UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso). É Bolsista Produtividade PQ-2 do CNPq. É assistente social bacharel pela UFMT, mestre em Sociologia pela UFG (Universidade Federal de Goiás), doutora em Serviço Social pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), onde também concluiu pós-doutorado, com bolsa PDJ/CNPq. Desenvolveu Estágio Pós-doutoral no College Staten Island - CUNY, com apoio do Programa Estratégico de Cooperação Internacional do CNPq. Obteve um Junior Faculty Member Award da Fulbright Foundation. Coordena o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre as Relações de Gênero (NUEPOM). É coautora do livro Diversidade sexual e de gênero & Marxismo (Editora Cortez); e autora de: Nas tramas das políticas públicas LGBT - um estudo crítico acerca da experiência brasileira (2003-2015) (EdUFMT).

 

Mariah Rafaela Silva, Universidade Federal de Pará (UFPA)

Possui pós-doutorado em Direito pela Universidade Federal do Pará - UFPA. É doutora em Comunicação pela Universidade Federal Fluminense, mestre em Ciências Humanas pela Universidade do Estado do Amazonas e bacharel em História da Arte pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro). Consultora e ponto focal SOGIESC, no Banco Mundial, foi Sakharov Fellow pelo Parlamento Europeu em 2023. Atua como pesquisadora e ativista nas áreas de gênero, sexualidade, artes e políticas de subjetivação. Foi professora na UFRJ e intercambista na Universidade Nova de Lisboa. Atualmente, é Professora Visitante na UFPA e autora do livro Zonas de Te(n)são entre desejo e nojo, publicado em 2023.

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Publicado

2025-04-02

Como Citar

Pelúcio, L., Irineu, B. A., & Silva, M. R. (2025). Corpos dissidentes, plataformização e vigilância algorítmica. Revista Estudos Feministas, 33(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2025v33n1104289

Edição

Seção

Seção Temática Tecnopolíticas e capitalismo de dados: Resistências interseccionais (trans)feministas