A insígnia do pecado: The Magdalene Sisters
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n260353Resumo
Considerada a insígnia do pecado, sendo percebida como a agente privilegiada de Satã, a mulher manteve uma reputação frequentemente hostil durante todo o medievo. Sua imagem, muitas vezes, fora associada à ideia da luxúria, da decadência moral e da iniquidade demoníaca. Deste modo, neste artigo pretende-se refletir sobre o imaginário medieval em relação à mulher durante o período medieval e à presença desta concepção imaginária como construtora de sentidos na narrativa fílmica The Magdalene Sisters, de Peter Mullan (2002). Considerando que o longa-metragem apresenta a história verídica de mulheres na segunda metade do século XX, é possível analisar as representações sociais da mulher medieval, bem como das alegorias presentes no longa-metragem, compreendendoas como um elemento de permanência histórica.
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