A insígnia do pecado: The Magdalene Sisters
DOI:
https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n260353Resumen
Considerada a insígnia do pecado, sendo percebida como a agente privilegiada de Satã, a mulher manteve uma reputação frequentemente hostil durante todo o medievo. Sua imagem, muitas vezes, fora associada à ideia da luxúria, da decadência moral e da iniquidade demoníaca. Deste modo, neste artigo pretende-se refletir sobre o imaginário medieval em relação à mulher durante o período medieval e à presença desta concepção imaginária como construtora de sentidos na narrativa fílmica The Magdalene Sisters, de Peter Mullan (2002). Considerando que o longa-metragem apresenta a história verídica de mulheres na segunda metade do século XX, é possível analisar as representações sociais da mulher medieval, bem como das alegorias presentes no longa-metragem, compreendendoas como um elemento de permanência histórica.
Descargas
Citas
BACZKO, Bronislaw. “A imaginação social”. In: LEACH, Edmund et al. Anthropos-Homem. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 1985. p. 296-332.
BASCHET, Jérôme. A civilização feudal: do ano mil à colonização da América. São Paulo: Globo, 2006.
BETHENCOURT, Francisco. História das Inquisições. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.
BLOCH, Howard; FERGUNSON, Frances (Orgs.). Misogyny, Misandry, and Misanthropy. Oakland: University of California Press, 1987. Representations Books (Book 3).
CASAGRANDE, Carla. “A mulher sob custódia”. In: KLAPISCH-ZUBER, Christiane (Dir.). História das mulheres no Ocidente: Idade Média. Porto: Afrontamento, 1990. p. 99-141. v. 2.
CHARTIER, Roger. A História Cultural: entre práticas e representações. Rio de Janeiro: Bertrand, 1990.
CHARTIER, Roger. À Beira da Falésia: A História entre Certezas e Inquietude. Porto Alegre: EDUFRGS, 2002.
CORÍNTIOS, 7: 1-3. In: A BÍBLIA SAGRADA. Antigo e Novo Testamento. Tradução de João F. de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1967.
CROWDUS, Gary. “The Sisters of No Mercy: an interview with Peter Mullan”. Cineaste, v. 28, n. 4, p. 26-33, 2013.
DELUMEAU, Jean. História do medo no ocidente. São Paulo: Companhia das Letras, 1999.
DUBY, Georges. Idade Média, Idade dos Homens. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
DUBY, Georges. Heloísa, Isolda e outras damas do século XII. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
DUBY, Georges. Amor e Sexualidade no Ocidente. Lisboa: Terramar, 1998.
ECLESIÁSTICO, 21, 25, 27. In: A BÍBLIA SAGRADA. Antigo e Novo Testamento. Tradução de João F. de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1967.
FARGETTE, Séverine. “Eva, Lilith e Pandora: o mal da sedução”. História Viva, São Paulo, ano 6, v. 12, p. 61-63, dezembro 1990.
FERRO, Marc. “Filme: uma contra-análise da sociedade?”. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre (Orgs.). História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. p. 199-215.
FRANCO JR., Hilário. A Idade Média: o nascimento do ocidente. São Paulo: Brasiliense, 2006.
GÊNESIS, 3: 6. In: A BÍBLIA SAGRADA. Antigo e Novo Testamento. Tradução de João F. de Almeida. Rio de Janeiro: Imprensa Bíblica Brasileira, 1967.
HALL, Stuart. Representation: cultural representations and signifying practices. London: Thousand, 1997.
KRAMER, Heinrich; SPRENGER, James. Malleus Maleficarum. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1991.
LE GOFF, Jacques. “As mentalidades: uma história ambígua”. In: LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre (Orgs.). História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1976. p. 68-83.
LE GOFF, Jacques. O imaginário medieval. Lisboa: Estampa, 1994.
LE GOFF, Jacques. Em busca da Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005.
LE GOFF, Jacques; TRUONG, Nicolas. Uma história do corpo na Idade Média. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
MACEDO, José Rivair. A mulher na Idade Média. São Paulo: Contexto, 2002.
MAFFESOLI, Michel. “O imaginário é uma realidade”. Revista FAMECOS, Porto Alegre, n. 15, p. 74-82, agosto 2001.
NOGUEIRA, Carlos Roberto Figueiredo. “As companheiras de Satã: o processo de diabolização da mulher”. Espacio, Tiempo y Forma, Madrid, Série IV. t. IV, p. 9-24, 1991.
PESAVENTO, Sandra Jatahy. “Em Busca de uma Outra História: Imaginando o Imaginário”. Revista Brasileira de História, São Paulo, v. 15, n. 29, p. 9-27, 1995.
SANTOS, Dominique Vieira Coelho. “Acerca do conceito de representação”. Revista de Teoria da História, Goiás, ano 3, n. 6, p. 27-53, dezembro 2011.
SOARES, Paulo Roberto de Núñez. “Os monstros na cultura medieval”. Revista Signum, Rio de Janeiro, v. 12, n. 2, p. 188-210, 2011.
THE MAGDALENE Sisters. Direção: Peter Mullan. Produção: Frances Higson. Irlanda, Drama, Europa Filmes, 2002. 1 DVD (114 minutos), son. color.
TOLDY, Teresa. “As mulheres na Igreja Católica: luzes e sombras ao longo da História”. Revista Teológica, Braga, v. 32, n. 2, p. 219-245, 2007.
VANOYE, Francis; GOLLIOT-LÉTÉ, Anne. Ensaio sobre a análise fílmica. Campinas: Papirus, 1994.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
La Revista Estudos Feministas está bajo licencia de la Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0) que permite compartir el trabajo con los debidos créditos de autoría y publicación inicial en este periódico.
La licencia permite:
Compartir (copiar y redistribuir el material en cualquier medio o formato) y/o adaptar (remezclar, transformar y crear a partir del material) para cualquier propósito, incluso comercial.
El licenciante no puede revocar estos derechos siempre que se cumplan los términos de la licencia. Los términos son los siguientes:
Atribución - se debe otorgar el crédito correspondiente, proporcionar un enlace a la licencia e indicar si se han realizado cambios. Esto se puede hacer de varias formas sin embargo sin implicar que el licenciador (o el licenciante) haya aprobado dicho uso.
Sin restricciones adicionales - no se puede aplicar términos legales o medidas de naturaleza tecnológica que restrinjan legalmente a otros de hacer algo que la licencia permita.