Reconfigurações da intimidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/%25xResumo
Em contraste com a era das mídias de massa (rádio e TV), desde a popularização da internet, no início do século XXI, as mídias digitais permitem a seu público ter um papel ativo não apenas na comunicação, mas na criação de conteúdos. Baseada em uma investigação em sites de relacionamento e aplicativos direcionados à busca de parcerias afetivas/amorosas/sexuais, privilegiando mulheres heterossexuais entre 30 e 50 anos que vivem, ou circulam, na cidade de São Paulo, proponho uma reflexão sobre hipervisibilização da intimidade. Nesse sentido, pergunto em que medida essa exposição a partir da mediação tecnológica (re)configura noções de intimidade – o que acontece quando os próprios sujeitos produzem os conteúdos? Ou se “produzem” para o mercado amoroso? Quais identificações estão em jogo na abundante e acelerada oferta de parceiros? Quais discursos/imagens são acionados? Ou, ainda, como a produção da informação ativa moralidades diversas? Ao final, argumento que a codificação dos sujeitos a partir da articulação de diferenças marcadas no corpo, mas também acionadas por meio dos objetos, é feita a partir das imaginações sobre a inserção de classe dos potenciais parceiros, um dos fatores fundamentais na eleição, associando “classe” a um tipo de masculinidade
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