Desigualdade de acesso ao Programa Ciência sem Fronteiras: uma interlocução com a perspectiva dos estudos de gênero

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n166177

Resumo

Este artigo se propõe a apresentar e discutir parte de uma pesquisa mais ampla expondo o perfil sociológico do bolsista do Programa Ciência sem Fronteiras sob as perspectivas da divisão sexual nas áreas de conhecimento e na mobilidade acadêmica internacional. O enfoque engloba a análise da participação das mulheres nessa mobilidade, no âmbito do País, e estreita-se de modo mais detalhado sobre o campus empírico do estudo, que é a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). A discussão central aborda o percentual de mulheres que participaram do Programa Ciência sem Fronteiras, indagando as possíveis razões que impactaram essa participação tanto sob a perspectiva da literatura que investiga a divisão sexual na pesquisa científica no Brasil quanto da proficiência linguística. Ademais, estabelece-se uma comparação entre o contingente feminino de bolsistas no Programa Ciência sem Fronteiras e outros programas de mobilidade acadêmica no mundo.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Catarina Barbosa Torres Gomes, Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (CEFET-MG)

Professora de Filosofia e Sociologia do CEFET-MG. Doutora e Mestre em Educação pela Faculdade de Educação da UFMG. Graduação e Especialização em Filosofia pela UFOP e graduação em Pedagogia.

Referências

ACKERS, Louise. “Managing relationships in peripatetic careers: Scientific mobility in the European Union”. Women’s Studies International Quarterly, v. 27, n. 3, p. 189-201, 2004.

AQUINO, Estela Maria. “Gênero e saúde: perfil e tendências da produção científica no Brasil”. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 40, n. Esp., p. 121-132, 2006.

ARIÑO, Antônio; SOLER Ignés; LLOPIS, Ramon. “La Movilidad Estudiantil en España”. Revista de la Asociación de Sociología de la Educación, v. 7, n. 1, p. 143-167, 2014.

BAHIA, Mônica M.; LAUDARES, João Bosco. “A participação das mulheres em áreas específicas da Engenharia”. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE EDUCAÇÃO EM ENGENHARIA, XXXIX, 2011, Blumenau, FURB. Anais... Blumenau: FURB, 2011. p. 1-9.

BALLATORE, Magali; BLÖSS Thierry. “Láutre réalité du programme Erasmus: affinités elective entre établissements et reproduction sociale des étudiants”. Formation Emploi, n. 103, p. 57-74, 2008a.

BALLATORE, Magaly; BLÖSS, Thierry. “Le sens cache de la mobilité des étudiants Erasmus”. In: DERVIN, Fred; BYRAM, Mike (Dirs.). Échanges et mobilités académiques. Quel bilan? Paris: Éditions L´Harmattan, 2008b. p. 17-31.

BRASIL. Decreto n. 7.642, de 14 de dezembro de 2011. Institui o Programa Ciência sem Fronteiras. Diário Oficial da União. República Federativa do Brasil, 2011.

CARVALHO, Marília G. “É possível transformar a minoria em equidade?”. In: SIMPÓSIO GÊNERO E INDICADORES DA EDUCAÇÃO SUPERIOR BRASILEIRA, 2008, Brasília, MEC/INEP. Anais... Brasília: MEC/INEP, 2008.

CATTAN, Nadine. “Students mobility, gender, and polycentrism in Europe”. In: CATTAN, Nadine. Cities and networks in Europe: A critical approach of polycentrism. Acueil: John Libbey Eurotext, 2007. p. 139-148.

CHARLES, Christophe; VERGER, Jacques. História das universidades. São Paulo: EDUNESP, 1996.

COMMISSION EUROPÉENNE. Le programme ERASMUS: étudier en Europe et plus encore. Éducation et Formation, 2010.

DE WIT, Hans. “The internationalization of higher education in a global context”. In: DE WIT, Hans. The dynamics of international student circulation in a global context. Leiden: Brill Sense, 2008. p. 1-14.

FELTRIN, Rebeca Buzzo; COSTA, Janaina Oliveira Pamplona da; VELHO, Léa. “Mulheres sem fronteiras? Uma análise da participação das mulheres no Programa Ciência sem Fronteiras da Unicamp: motivações, desafios e impactos na trajetória profissional”. Cadernos Pagu [online], n. 48, 2016. e164804. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332016000300303&script=sci_abstract&tlng=pt. Epub 01/12/2016. ISSN 1809-4449. https://doi.org/10.1590/18094449201600480004.

FREITAS, Lucas Bueno de; LUZ, Nanci Stancki da. “Gênero, Ciência e Tecnologia: estado da arte a partir de periódicos de gênero”. Cadernos Pagu [online], n. 49, 2017. e174908. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0104-83332017000100304&script=sci_abstract&tlng=pt. Epub 13/03/2017. ISSN 1809-4449. https://doi.org/10.1590/18094449201700490008.

GUEDES, Moema de Castro; AZEVEDO, Nara; FERREIRA, Luiz Otávio. “A produtividade científica tem sexo? Um estudo sobre bolsistas de produtividade do CNPq”. Cadernos Pagu, n. 45, p. 367-399, 2015.

HIRATA, Helena. Nova divisão sexual do trabalho? Um olhar voltado para a empresa e a sociedade. São Paulo: Boitempo, 2002.

INEP. INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO TEIXEIRA. Resumo Técnico – Censo da Educação Superior. Diretoria de Estatísticas Educacionais (DEED). Ministério da Educação, 2013.

JORDANOVA, Ludmilla. Nature Displayed. Gender, Science and Medicine 1760-1820. London; New York: Longman, 1999.

LASTRES, Helena Maria Martins; MELO, Hildete Pereira de; MARQUES, Teresa C. de Novaes. “Gênero no sistema de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”. Gênero, v. 4, p. 73, 2004.

LETA, Jacqueline; LEWISON, Grant. “The contribution of women in Brazilian science: a case study in astronomy, immunology, and oceanography”. Scientometrics, v. 57, n. 3, p. 339-53, 2003.

LIMA, Betina Stefanello; COSTA, Maria Conceição da. “Gênero, ciências e tecnologias: caminhos percorridos e novos desafios”. Cadernos Pagu [online], Campinas, n. 48, 2016. e164805. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S0104-83332016000300304&lng=en&nrm=iso&tlng=pt. Epub 01/12/2016. ISSN 1809-4449. https://doi.org/10.1590/18094449201600480005.

LOMBARDI, Maria Rosa. “Engenheiras Brasileiras: Inserção e Limites de Gênero no Campo Profissional”. Cadernos de Pesquisa, v. 36, n. 127, jan./abr. 2006.

LOPES, Maria Margaret. “Sobre convenções em torno de argumentos de autoridade”. Cadernos Pagu, n. 27, p. 35-61, 2006.

MAGALHÃES, Marcos N.; LIMA, Antônio Carlos P. Noções de probabilidade e estatística. 6. ed. São Paulo: EDUSP, 2004.

MAIA, Marcel Maggion. “Limites de gênero e presença feminina nos cursos superiores brasileiros do campo da computação”. Cadernos Pagu, n. 46, p. 223-244, 2016.

MELO, Hildete Pereira de; RODRIGUES, Lígia Maria. Pioneiras das Ciências no Brasil. Rio de Janeiro: SBPC, 2006.

MELO, Hildete Pereira de. “Ciência e Tecnologia no Feminino 1990/1999”. Revista Feminismos, v. 2, n. 3, 2014.

MELO, Hildete Pereira de; RODRIGUES, Ligia. “Pioneiras da ciência no Brasil: uma história contada doze anos depois”. Ciência e Cultura, v. 70, n. 3, p. 41-47, 2018.

MELO, Hildete Pereira de; LASTRES, Helena M. M. “Ciência e tecnologia numa perspectiva de gênero: o caso do CNPq”. In: SANTOS, Lucy W. dos; ICHIKAWA, Elise Y.; CARGANO, Doralice de F. (Orgs.). Ciência, tecnologia e gênero: desvelando o feminino na construção do conhecimento. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 2006. p. 129-160.

MELO, Hildete Pereira de; OLIVEIRA, André B. “A produção científica brasileira no feminino”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 27, p. 301-331, 2006.

MINELLA, Luzinete Simões. “Temáticas prioritárias no campo de gênero e ciências no Brasil: raça/etnia, uma lacuna?”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 40, p. 95-140, 2013.

NOGUEIRA, Maria Alice. “Cosmopolitismo científico e escolarização dos filhos – o caso das famílias de ex-bolsistas no exterior”. Relatório Final de Pesquisa. CNPq, 2007.

OCDE. ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO. “Qui sont les étudiants en mobilité international et où choissent-ils d´étudier?”. Regards sur l’éducation 2009: les indicateus de l’OCDE. Paris: OCDE, 2010.

ROBERTSON, Susan. “Desafios enfrentados por universidades em um mundo em globalização”. In: MOROSINI, Marilia C. (Org.). Qualidade na educação superior: reflexões e práticas investigativas. Porto Alegre: EDPUCRS, 2011. p. 430-451, (Dados Eletrônicos).

ROSEMBERG, Fúlvia; ANDRADE Leandro F. “Ação Afirmativa no Ensino Superior Brasileiro: A Tensão entre Raça/Etnia e Gênero”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 31, p. 419-437, jul./dez. 2008.

SAITOVITCH, Elisa Maria Baggio; LIMA, Betina; BARBOSA, Márcia. “Gender equity in the brazilian physics community at present day”. In: FIFTH IUPAP INTERNATIONAL CONFERENCE ON WOMEN IN PHYSICS AIP CONFERENCE PROCEEGINGS, Proceeedings…, 2015.

SALVADOR, Sileide France Turan. Gênero na engenharia: o corpo docente em Curitiba/PR. 2011. Dissertação (Mestrado) – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Curitiba.

RAMOS, Milena Yumi. “Internacionalização da pós-graduação no Brasil: lógica e mecanismos”. Educação e pesquisa [online], v. 44, 2018, e161579. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022018000100303&lng=pt&tlng=pt. Epub 22/06/2017. ISSN 1678-4634. https://doi.org/10.1590/s1517-9702201706161579.

Downloads

Publicado

2021-07-21

Como Citar

Torres Gomes, C. B. (2021). Desigualdade de acesso ao Programa Ciência sem Fronteiras: uma interlocução com a perspectiva dos estudos de gênero. Revista Estudos Feministas, 29(1). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n166177

Edição

Seção

Artigos