Mestiçagem, igualdade e afirmação da diferença – pensando a política de cotas na universidade
DOI:
https://doi.org/10.1590/S0104-026X2005000300017Resumo
Escrito num momento em que no Brasil a mestiçagem estava na ordem do dia, pela relação que se estabelecia entre ela e a questão das cotas nas universidades para pessoas pobres, negras e indígenas, contida no anteprojeto de reforma universitária proposto pelo Ministério da Educação, este ensaio se inspirou no trabalho de Gloria Anzaldúa no sentido de contribuir para o debate sobre a introdução de cotas, através da discussão da noção de mestiçagem, analisando a fundamentação do anteprojeto formulada pelo então ministro da Educação, Tarso Genro, e por Boaventura de Sousa Santos e quatro textos publicados na época com posições contrárias à introdução de cotas. Tomando como base o conceito de consciência mestiça de Anzaldúa, o ensaio termina por argumentar que a reforma pressupõe uma reestruturação profunda da universidade, que está em crise justamente por seu caráter excludente ao longo de sua história.
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