Chega de Silêncio

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n258350

Resumo

Neste trabalho, usando o levantamento bibliográfico como metodologia, buscamos analisar a importância acadêmica, para o campo da criminologia, dos relatos de experiências produzidos por mulheres. Primeiramente, a partir de Sandra Harding, veremos como a exclusão de mulheres e de seus relatos da produção dos saberes está ligada à invisibilização de certos fenômenos sociais, inclusive criminais. Nesse ponto, também apresentaremos a relevância, tanto para a criminologia, quanto para o feminismo, do critério de necessidade elaborado por Eugenio Zaffaroni. Em um segundo momento, de acordo com narrativas de mulheres encarceradas trazidas, principalmente, por Debora Diniz e Nana Queiroz, identificaremos conceitos feministas e situações de opressão de gênero que devem ser trazidos para a criminologia para que esta compreenda a criminalidade feminina e seus efeitos de forma mais ampla.

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Biografia do Autor

Katie Silene Cáceres Arguello, Universidade Federal do Paraná

Professora de graduação e pós-graduação de Criminologia da Universidade Federal do Paraná, vinculada ao departamento de Direito Penal e Direito Processual Penal.

Juliana de Oliveira Horst, Universidade Federal do Paraná

Mestranda em Direito do Estado pela Universidade Federal do Paraná.

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Publicado

2020-09-16

Como Citar

Cáceres Arguello, K. S., & Horst, J. de O. (2020). Chega de Silêncio. Revista Estudos Feministas, 28(2). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n258350

Edição

Seção

Artigos