“Machamba não é trabalho!”: HIV/SIDA e produção agrícola no centro de Moçambique

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n367175

Resumo

O objetivo deste artigo é explorar como as políticas de cuidados e tratamento de HIV/SIDA e
as atitudes de alguns profissionais de saúde afectam a possibilidade de que os pacientes, em particular as mulheres, cumpram com os requisitos da terapia antirretroviral e prossigam o tratamento em Moçambique (Manica e Maputo). Concentro-me na desigualdade em termos da invisibilidade da agricultura familiar e da diversificação de meios de sustento sugerindo que: a) as políticas e o tratamento do HIV/SIDA não tomam em conta as condições de vida dos pacientes que pretendem servir. Os serviços de saúde não consideram a flexibilidade exigida pela combinação de diversos meios de sustento por parte dos pacientes; b) a invisibilidade e a desvalorização da agricultura de pequena escala diminuem as possibilidades das mulheres de cumprir com as exigências do tratamento, com consequências para a adesão ao tratamento e, por conseguinte, com graves consequências para a sua saúde e prolongamento da sua vida.

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Biografia do Autor

Carla Teofilo Braga, Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique)

Antropóloga-médica, doutorada pela SUNY (State University of New York). E Presidente do Conselho Cientifico da Faculdade de Letras e Ciências Sociais, da Universidade Eduardo Mondlane. Foi pesquisadora visitante em várias universidades europeias e dos Estados Unidos de América e tem como interesses de pesquisa: Saúde, Desigualdades e Meios de Sustento; Biomédicina em contextos pós-coloniais; Violência e Memória; Poder/conhecimento e Etica de Pesquisa em Ciências Sociais.

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Publicado

2019-12-20

Como Citar

Braga, C. T. (2019). “Machamba não é trabalho!”: HIV/SIDA e produção agrícola no centro de Moçambique. Revista Estudos Feministas, 27(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2019v27n367175

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Seção Temática Nações e Memórias em Transe: Moçambique, África do Sul e Brasil