Raça e gênero na construção de trajetórias de mulheres quilombolas

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DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n63121

Resumo

No texto objetivamos analisar como um grupo de mulheres moradoras da Comunidade Quilombola Mato do Tição, situada na Região metropolitana de Belo Horizonte, mobiliza elementos para a construção do referente “mulher quilombola” na construção de suas identidades. Para tanto, a análise passa por reflexões em torno das práticas e dos discursos a partir dos quais essas mulheres tornaram-se quilombolas e das maneiras como mobilizam a categoria do gênero. O presente artigo partiu de uma etnografia, realizada por meio de observação participante, entrevistas e conversas direcionadas, cujo foco foi a trajetória de cinco mulheres da comunidade que protagonizam e mantêm o cotidiano do quilombo. Demonstramos que elas estão produzindo significados e deslocando os sentidos sobre sua própria identidade a fim de superarem as opressões sociais em torno do pertencimento étnico-racial e de gênero.

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Biografia do Autor

Maria Raquel Dias Sales Ferreira, Faculdade de Educação da UFMG

Graduada em Letras. Professora Mestre em Educação pela UFMG.

Carmem Lucia Eiterer, FaE-UFMG

Graduada em Filosofia pela FFLCH-USP. Mestre e Dra. em Educacao pela Fe- USP. Professora Associada da FaE- UFMG. Integra o Programa de Pos Graduacao da mesma instituicao. Pesquisadora do NEJA - UFMG.

Shirley Aparecida de Miranda, Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais

Graduada em Filosofia pela PUC Minas, mestre e doutora em Educação pela FaE-UFMG. Integra o Programa Açoes Afirmativas da UFMG.

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Publicado

2020-12-18

Como Citar

Ferreira, M. R. D. S., Eiterer, C. L., & Miranda, S. A. de. (2020). Raça e gênero na construção de trajetórias de mulheres quilombolas. Revista Estudos Feministas, 28(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2020v28n63121

Edição

Seção

Artigos