Mulheres sobreviventes no Piauí: violência severa de gênero e patriarcado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n370541

Resumo

Neste artigo, objetivamos apresentar algumas reflexões sobre as narrativas orais de três mulheres que sobreviveram a situações severas de violência na cidade de Parnaíba, no Piauí. Em 2017, iniciamos um estudo sobre violência de gênero na cidade, utilizando a história oral testemunhal como procedimento e os conceitos de patriarcado e feminicídio como orientação. Entendemos que a publicização dessas histórias possa contribuir para a consolidação de um saber feminista posicionado e para o debate em torno das políticas públicas de prevenção e reparação.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marta Gouveia de Oliveira Rovai, Universidade Federal de Alfenas (UNIFAL/MG)

Professora Adjunta de Universidade Federal de Alfenas. Doutora em História Social pela Universidade de São Paulo (USP). Pós-doc pela Univesidade Federaç Fluminense (UFF). Coordenadora do Grupo de Pesquisa História do Brasil (UNIFAL) e pesquisadora do Núcleo de Estudos de História Oral (USP) e Grupo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisa de Gênero e Sexualidade (UNIFAL). Membro da Rede Brasileira de História Pública (RBHP).

Naira de Assis Castelo Branco, Universidade Federal do Piauí e Coletivo Feminista Mulheres em Pauta

Mestre em História pela Universidade Federal do Piauí (UFPI), graduada em História pela Universidade Estadual do Piauí (UESPI), policial militar e coordenadora do Coletivo Mulheres em Pauta, em Parnaíba, PI.

Referências

ALBUQUERQUE JÚNIOR, Durval Muniz de. “‘Quem é froxo não se mete’: violência e masculinidade como elementos constitutivos da imagem do nordestino”. Projeto História, São Paulo, v. 19, p. 173-188, nov. 1999. Disponível em https://revistas.pucsp.br/index.php/revph/article/view/10928/8089. Acesso em 01/10/2020.

BANDEIRA, Lourdes M. “Violência de gênero: a construção de um campo teórico e de investigação”. Sociedade e Estado, v. 29, n. 2, p. 449-469, maio/ago. 2014. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-69922014000200008&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 01/10/2020.

BENJAMIN, Walter. “As teses sobre o conceito de História”. In: BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas. 8ª. ed., São Paulo: Editora Brasiliense, 1997. p. 222-232.

BIROLI, Flávia. Autonomia e Desigualdades de Gênero: contribuições do feminismo para a crítica democrática. Vinhedo: Editora Horizonte, 2013.

BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Tradução de Maria Helena Kühner. 11ª. ed. Rio de Janeiro: Editora Bertrand Brasil, 2012.

BRASIL. Balanço anual: Ligue 180 recebe mais de 92 mil denúncias de violações contra mulheres. Brasília: Ministério dos Direitos Humanos, 2019. Disponível em https://www.mdh.gov.br/todas-as-noticias/2019/agosto/balanco-anual-ligue-180-recebe-mais-de-92-mil-denuncias-de-violacoes-contra-mulheres. Acesso em 08/09/2019.

BRASIL. O Poder Judiciário na aplicação da Lei Maria da Penha. Brasília: Conselho Nacional de Justiça, 2018. Disponível em http://www.cnj.jus.br/files/publicacoes/arquivo/5f271e3f54a853da92749ed051cf3059_18ead26dd2ab9cb18f8cb59165b61f27.pdf. Acesso em 20/03/2019.

CONNELL, Raewyn; MESSERSCHMIDT, James W. “Masculinidade hegemônica: repensando o conceito”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, n. 21, p. 241-282, jan./abr. 2013. Disponível em https://periodicos.ufsc.br/index.php/ref/article/view/S0104-026X2013000100014. Acesso em 20/03/2019.

GLOBO. Piauí registra 27 feminicídios e ato em Teresina pede o fim da violência contra a mulher, 21/12/2019. Disponível em https://g1.globo.com/pi/piaui/noticia/2019/12/21/ato-no-centro-de-teresina-pede-o-fim-da-violencia-contra-a-mulher.ghtml. Acesso em 28/12/2020.

GRISCI, Carmem L. I. “Mulher-Mãe”. Revista de Psicologia, Brasília, v. 15, n. 1-3, p. 35-45, 1995. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-98931995000100003. Acesso em 18/03/2019.

HARAWAY, Donna. “Saberes localizados: a questão da ciência para o feminismo e o privilégio da perspectiva parcial”. Cadernos Pagu, v. 5, p. 07-42, 1995. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/1773. Acesso em 15/02/2019.

MEIHY, José Carlos S. B.; HOLANDA, Fabíola. História Oral: como fazer, como pensar. São Paulo: Editora Contexto, 2013.

MENEGHEL, Stela N.; PORTELLA, Ana Paula. “Feminicídios: conceitos, tipos e cenários”. Ciências e Saúde Coletiva, v. 22, n. 9, p. 3077-3086, 2017. Disponível em https://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1413-81232017002903077&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em 22/03/2020.

OLIVEIRA, Queiti B. M. Violência de gênero no namoro entre adolescentes sob a ótica dos adolescentes, educadores e profissionais da saúde. 2014. Doutorado (Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca) - Fiocruz, Rio de Janeiro, RJ, Brasil.

PACHECO, Leonora R. Violência Conjugal no mbito Doméstico: As vozes de mulheres que romperam com a agressão. 2012. Mestrado (Programa de Pós-Graduação em Enfermagem), Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO, Brasil.

PASINATO, Wânia. “Contribuições para o debate sobre violência, gênero e impunidade no Brasil”. São Paulo em Perspectiva, v. 21, n. 2, p. 5-14, jul./dez. 2007. Disponível em https://assets-compromissoeatitude-ipg.sfo2.digitaloceanspaces.com/2012/11/PASINATO_Contribuicoesparaodebatesobreviolenciageneroeimpunidadenobrasil.pdf. Acesso em 28/12/2020.

PASINATO, Wânia. “‘Femicídios’ e as mortes de mulheres no Brasil”. Cadernos Pagu, Campinas, n. 37, p. 219-246, 2011. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8645012. Acesso em 28/12/2020.

POLLAK, Michael. “Memória, esquecimento, silêncio”. Estudos Históricos, Rio de Janeiro, v. 2, n. 3, p. 3-15, 1989. Disponível em http://www.uel.br/cch/cdph/arqtxt/Memoria_esquecimento_silencio.pdf. Acesso em 15/02/2019.

PORTELLI, Alessandro. História oral como arte da escuta. Tradução de Ricardo Santhiago. São Paulo: Editora Letra e Voz, 2016.

PRADO, Débora; SANEMATSU, Marisa (Orgs.). Feminicídio: #InvisibilidadeMata. São Paulo: Instituto Patrícia Galvão, 2017. Disponível em http://agenciapatriciagalvao.org.br/wp-content/uploads/2017/03/LivroFeminicidio_InvisibilidadeMata.pdf. Acesso em 20/12/2019.

SAFFIOTI, Heleieth I. O poder do macho. São Paulo: Editora Moderna, 1987.

SAFFIOTI, Heleieth I. Violência de Gênero: poder e impotência. Rio de Janeiro: Editora Revinter, 1995.

SAFFIOTI, Heleieth I. “Contribuições feministas para o estudo da violência de gênero”. Cadernos Pagu, n. 16, p. 115-136, 2001. Disponível em https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/cadpagu/article/view/8644541. Acesso em 03/04/2021.

SALVATICI, Silvia. “Memórias de Gênero: reflexões sobre a história oral de mulheres”. Revista de História Oral, v. 8, n. 1, p. 29-42, jan./jun. 2005. Disponível em https://revista.historiaoral.org.br/index.php?journal=rho&page=article&op=view&path%5B%5D=114. Acesso em 12/12/2018.

SELIGMANN-SILVA, Márcio. “A história como trauma”. In: SELIGMANN-SILVA, Márcio; NESTROVSKI, Arthur (Orgs.). Catástrofe e representação. São Paulo: Editora Escuta, 2000. p. 73-98.

Downloads

Publicado

2021-12-10

Como Citar

Rovai, M. G. de O., & Castelo Branco, N. de A. (2021). Mulheres sobreviventes no Piauí: violência severa de gênero e patriarcado. Revista Estudos Feministas, 29(3). https://doi.org/10.1590/1806-9584-2021v29n370541

Edição

Seção

Artigos