A autotradução como método de reflexão em Flusser

Autores

  • Cláudia Santana Martins Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/1980-4237.2011n9p168

Resumo

A ideia de que a tradução seja uma forma privilegiada de leitura e crítica e, como tal, possa contribuir para a própria escrita e para a literatura não é nova: remonta ao início da história da tradução literária ocidental. Ao longo dessa história, diversos escritores utilizaram a autotradução como uma ferramenta de escrita. O filósofo tcheco-alemão-judeu-brasileiro Vilém Flusser desenvolveu um método de reflexão e escrita que consistia em autotraduzir e retraduzir sistematicamente seus ensaios recorrendo a quatro línguas: alemão,  português, inglês e francês. O presente artigo analisa essa prática de autotradução e retradução, que possibilitava a Flusser ganhar um distanciamento crítico e uma abertura de novas perspectivas para o tema a ser tratado. Essa prática dialógica, semelhante à epoché de Husserl e ao pilpul dos talmudistas, introduz, nas palavras de Bento Prado, “a pluralidade e a diferença na unidade e na identidade do próprio sujeito”.

Biografia do Autor

Cláudia Santana Martins, Universidade de São Paulo

Cursando doutorado em Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Mestre em Estudos Lingüísticos e Literários em Inglês pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP. Bolsista da CAPES de setembro de 2008 a fevereiro de 2009. Bolsista da FAPESP de março de 2009 a agosto de 2010. Pós-graduação lato-sensu em tradução (inglês/português) pelo Centro Interdepartamental de Tradução e Terminologia da FFLCH, USP. Graduação em Letras (francês) pela FFLCH, USP. Área de atuação principal: tradução (inglês/português e francês/português).

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Publicado

2011-01-01

Edição

Seção

Artigos / Articles